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sábado, 24 de setembro de 2011

São Longuinho

São Longuinho, São Longuinho, seu eu achar...
Perder o bonde. O avião, a hora, os sentidos, a razão, a vergonha na cara, a carteira, a chave, a cabeça. Ou a oportunidade de ficar calado. Todos nós vivemos perdendo coisas. Materiais e imateriais. Importantes e frívolas. Perder se torna tema recorrente cá no blog, porque é hora de invocar São Longuinho, mas os três pulinhos precisam ser dados. Uma simpatia esse São Longuinho. Ele ajuda a reencontrar o que se perdeu. Já recorremos a essa tal simpatia e dá certo, só pode ser coisa celestial! É que os santos habitam lá pra cima, não sei quantos andares acima de nossas cabeças de simples mortais.
E salve São Longuinho. São Longino, originalmente, é um santo não canônico do catolicismo. Era um soldado que teria perfurado Jesus com uma lança pra conferir se ele estava mesmo morto após a crucificação. Ao perfurar o corpo de Jesus, segundo o Evangelho, um líquido teria saído e respingado na face de Longino que, de imediato, curou-se de uma grave doença ocular e se converteu em seguida. 
 
Mas o que foi mesmo que eu perdi?
Mas achamos que a memória ajuda bastante na hora de achar algo que foi perdido, especialmente, se for algo material. Nossas vidas têm esse tal departamento de achados e perdidos. As rodoviárias, aeroportos e outros espaços urbanos de intensa movimentação precisam ter esse local de apoio coletivo. Nem tudo está perdido.
 
Melhor perder o voo que ser perseguido por um avião


Perdidos na noite, garotos perdidos, perdas e danos, perdidos no espaço, perdidos na selva. Num piscar de olhos nos vêm à cabeça muitas conjugações do verbo perder, para nominar filmes, séries de televisão, peças de teatro etc. Estar perdido gera ação, conflito. E perder algo importante também costuma provocar confusões das mais variadas. Perdeu, tem que achar. É regra.




"Perdidos na noite", quando Faustão era engraçado 



Uma das primeiras experiências de perda que presenciei e que ficou cravada em minha memória vem dos primeiros anos da minha infância. Tio Nhonho, no sítio do meu avô lá pras bandas do Livramento, revirava os cômodos e os móveis da casa procurando algo e eu o seguia humildemente. Queria que ele fizesse uma funda, um estilingue, para eu sair peloteando. “O que cê tá procurando, tio?”. “Meus óculos” (ele tinha um rayban antigaço). “Num é esse que está na sua cabeça?”. E era. Os óculos estavam suspensos sobre sua própria cabeça. Alívio, encontrar um objeto perdido.

Não são raros os casos de pais que perdem suas crianças em locais cheios de gente. E reencontram, graças a Deus. E graças ao serviço de alto falante, às vezes. Katinha, leitora do Tyrannus, nos contou que num jogo no Verdão, de uma hora pra outra, ouviu-se aquela voz tonitruante do altofalante se sobressaindo diante do burburinho colossal da massa: “O serviço de altofalante do Verdão informa: criança perdido”.


Lembramos sempre do caso de um menino (ele era a cara do Henri Kissinger), levado da breca, que perdeu-se da mãe numa loja e foi aquele pampeiro danado. Meia hora depois, no meio daquela gentaiada toda, a mãe de coração espedaçado reencontra o filho que mostra toda a sua ira infantil: “Disgramada... ocê perdeu eu!!!”.

Como estamos num sabadão e ainda dá tempo pra um programa especial. Hora de bater um rango e se mandar pra rodoviária. Se não, a gente perde o ônibus pra Chapada. E chega de perdas. Pois é lá que pretendemos encontrar momentos especiais que precisam preencher o final de semana...   
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