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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O Rio de Janeiro continua

Morro de Santa Marta

E de repente, Rio de Janeiro. Entre praias, morros, rochas, floresta, céu azul, ruas e avenidas movimentadas e um calor lascado. Parece perseguição... Nos disseram que até o final de semana passada os cariocas estavam na base de chuva e um friozinho, de boa. Agora esquentou! Será que trouxemos o calor na mala? Bom, se assim for, na pior das hipóteses vai dar praia.
Falando em morro... Santa Tereza, bairro da tradicional boemia que fica no morro, por onde circulava o bondinho. O bonde descarrilou, provocou mortes, tristeza e revolta por causa do descaso dos governantes. Lá se vai um ano ou quase isso que o bondinho de Santa Tereza não sobe nem desce ladeiras. As lembranças sobre esse charmoso bairro carioca são as melhores possíveis pra minha cabeça e, na primeira noite por aqui, toca pra Santa... Cervejinha com amigos. Coisa discreta. Nada de longas jornadas notúrnicas, porque existem compromissos.

Cuiabanos no Rio de Janeiro, não é segredo pra ninguém, sentem-se muito a vontade. Alguns, inclusive, pegam o sotaque carioca ao descer da aeronave, rapidão. O povo do Rio é conversador, gozador e receptivo. Topa de imediato uma boa conversa. A cuiabanada também é assim, malemá. Malemá quer dizer mais ou menos. E malemazinho quer dizer só um pouco mais ou menos.  

Quarta-feira, 15h30min, fuga para a praia. Ipanema é legal. Na orla, surpresa. Um vento fresco e quase ninguém dentro d'água. Mar frio. Na beiradinha da água, a areia tá gélida, imagina a água... brrrrr. O mar não tá pra cuiabano.

As cadeiras inicialmente nos foram oferecidas por quatro reais,
 depois três reais e acabaram saindo de graça, porque os comerciantes praianos descobriram que ao invés de entrar na água fria do mar, optamos por tomar uma gelaaaaada. Conversa vai e vem e sem entender como, em plena quarta-feira, dia de semana e, portanto, de trabalho, a praia está tão cheia antes das quatro da tarde. E quem foi que disse que a gente precisa entender tudo na vida? 


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Férias...


Solidão
Parece que trouxemos um pouquinho do sol para o Rio. Mas isso teve lá o seu preço. Aeroportos, filas, cartões de embarque, bagagens, escalas, aterrissagens e decolagens, confinamentos, banheiros do tamanho de uma geladeira, nuvens, táxis, portas em automático e aquela mensagem maravilhosa: “procurem relaxar e aproveitem o nosso voo”. Dá vontade de responder: “Ora ora, vá pentear macaco”. Aproveitar o que nesse espaçamento exíguo, onde me sinto que nem um bicho-fuçador numa carroceria de caminhão até na tampa de família-suínos.
A ambiência dos aeroportos, apesar de estarem quase todos cheios, faz lembrar aqueles quadros do Edward Hopper. Um ar de vazio existencial, com aquela gente tipo não estou nem aí pra você, é o que prepondera.  E qualquer bebidinha ou comida, altas cifras. “Sou obrigado a concordar com o senhor”, disse-me um garçom, no implacável aeroporto Juscelino Kubitschek de Brasília, quando comentamos sobre os altos preços cobrados nesses locais. Dá vontade de levar uma farofinha de frango pra bater o rango de viagem e comprar só o refri, pra ajudar a descer, porque não se deve brincar com farofa. Que nada, melhor levar a parte líquida da refeição também: uma água tônica pela bagatela de 4,50 reais é que faz repensar o conteúdo da matula.
Água tônica? 4,50.
Enfim, chegamos. Mas há uma via crucis a ser cumprida: a procura de taxi que nos levará ao bairro Botafogo. Tem os txs azuis (especiais), uma grana; os amarelinhos que ficam bem na porta de saída, outra grana.  E tem outros amarelinhos que ficam a 20 metros, na pista do meio. Nesses, paga-se o que der o taxímetro. Os tx’s especiai têm  preço alto pra caramba. Os mais próximos, segundo nos informaram, de 55,00 a 99,00. Um taxista oferece fazer o trajeto por 99,00, percebe o desinteresse e propõe logo um desconto: 90 e não se fala mais do assunto. Pegamos o amarelinho da faixa central  com a condição de pagar o taxímetro.  

Trajeto longo do Galeão até o Botafogo. Rolou fácil uma conversa agradável que é uma característica do povo daqui: educado, gentil, conversador, antenado com o que acontece na cidade, saca das malandragens, dá dicas valiosas... isso é o saber receber ao estilo carioca!
A história é sobre a lei seca. O Rio tá batendo duro. Um copo de cerveja (melhor chopp, o que mais aqui), se o bafômetro acusar, bafão. Multa na certa. Se o provável infrator se negar a gerar uma prova (submeter-se ao bafômetro) terá a carteira presa, o carro guinchado e pontos marcados na carteira, mas com direito a recorrer na justiça.  Segundo o taxista, essa ação reduziu o número de acidentes e mudou o hábito do pessoal que tá optando em curtir os botecos perto de casa.  Mas a rapaziada aqui não é mole não. Os tuiteiros entraram em ação, avisando os locais onde haveria blitz.  Saída para a direita! Mas a polícia aqui também é esperta, sacou a artimanha. Estão tuitando também.  Saída para a esquerda! Mobilização e desmobilização geral! E chegamos ao destino sem perceber. A corrida? R$ 45,00 paus.

São Jorge, ma medida do possível
Mal chegamos e amanhã decolamos novamente. Mais aeroportos e aviões. Com destino a Foz do Iguaçu e a Serra Gaúcha. Nada de reclamações, porque claro que a viagem, em si, não é confortável, mas é uma experiência afetiva e repositora das energias gastas ao longo de 2011. Teremos a companhia de familiares e de pessoas queridas de anos de amizade e convivência. Vai ter muita risada, muito falatório, pegação no pé, pagação geral... Qualquer deslize é motivo para um bom tempo de gozação e de lembranças que serão recordadas nos anos seguintes.

É ele
E assim começam as crônicas de viagem de férias do Tyrannus, que está voando mais longe. Longe é um lugar que não existe. Então tá, perto. Perto do selvagem coração da vida. Vida boa. Agora e sempre.