quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Com que roupa eu vou...?


Com que roupa eu vou...? Mulheres exercitam esse verso de Noel Rosa diariamente. E dizem que os seres femininos se vestem para elas mesmas, já que os homens não se mostram tão interessados em figurinos, looks e esses babados de moda. Mas desconfio que as coisas estão mudando. Junto com elas, eu também.


Não. Ainda não pestanejo na hora de escolher a velha calça jeans pra sair. Mas performances recentes de pelo menos dois estilistas arrojados mexeram com a minha cabeça. Tom Ford, criador revolucionário, com seu belíssimo filme “Direito de Amar” (2009); e um documentário arrasador sobre Marc Jacobs, que comanda a criação artística da Louis Vuitton. Tanto Ford, quanto Jacobs, na minha humilde opinião, não são estilistas apenas. São artistas contemporâneos geniais.


Elegantérrimoooooo

Conheci primeiro Tom Ford. Cineasta que apresentou seu olhar clínico no seu primeiro filme, “A Single Man” (que teve a questionável tradução de “Direito de Amar”), nos apresenta uma obra de arte delicada, explorando de forma original a narrativa cinematográfica. Confesso que pela primeira vez, um filme que aborda a homossexualidade masculina, sublimou o amor como razão que transcende as relações humanas. Mas isso é a minha opinião, vale lembrar.


O filme de Ford conta com o desempenho do magistral Colin Firth, que o indicou ao Oscar de melhor ator. Volta este ano, com “O Discurso do Rei”. Julianne Moore contracena com um nível de interpretação raro. Bom, esse par de atores não é qualquer coisa. Estão atentos para o potencial como arte dos filmes nos quais decidem participar.


Figurino e desempenho nota 10

O documentário sobre Jacobs, tê-lo assistido, foi uma espécie de exigência da Fátima, a que faz o papel Tyrannus (eu, parece, sou o Melancholicus) aqui no blog. Ainda bem que ela me fez sentar na poltrona e conhecer um pouco da vida de Marc Jacobs. Pasmei.


Jacobs é um dos ícones modernos da cultura americana. Vive cercado por grandes artistas do mundo todo. Um consumidor voraz de arte, só arte, já que  não investe em mansões, carros, iates... O documentário mostra, entre outras coisas, o carinho, a admiração e a idolatria que lhe devotam gente como Naomi Campbell, Uma Thurman, Demi Moore, Winona Ryder, Salma Hayek... Olha, essas beldades costumam mesmo venerar grandes estilistas e isso nem chega a me impressionar.

O grunge em pessoa

Mas a amizade dele e as figurinhas que ele, tudo leva a crer, troca com as artistas Elizabeth Peyton e Yayoi Kusama, respectivamente, americana e japonesa, me fizeram pensar mais seriamente na relação moda/arte.
O documentário tem uma linguagem bem televisiva. Ágil e jornalístico, explora o talento desse artista americano, inventor do estilo grunge, o todo poderoso da grife Louis Vuitton, que vem a ser o homem mais rico e um dos mais enigmáticos da França.  


Yayoi Kusama: Aiaiai

Acho que tá bom por hoje. Mostrei meus conhecimentos sobre dos estilistas modernos. Me rendo à moda. Estou na moda. E como a noite avança, preciso me recolher. Mas antes, preciso de mais um tempinho pra escolher o pijama ideal, que combine com a fronha do travesseiro e o lençol. Com que roupa eu vou... pra cama?      

Não é de hoje que moda e cinema dá samba

Ícone da moda, Twiggy 

Sarcásmo à parte. Marc Jacob até outro dia estava casado com um brasileiro, seu nome? – Lorenzo. Hum entendi...

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