Com que roupa eu vou...? Mulheres exercitam esse verso de Noel Rosa diariamente. E dizem que os seres femininos se vestem para elas mesmas, já que os homens não se mostram tão interessados em figurinos, looks e esses babados de moda. Mas desconfio que as coisas estão mudando. Junto com elas, eu também.
Não. Ainda não pestanejo na hora de escolher a velha calça jeans pra sair. Mas performances recentes de pelo menos dois estilistas arrojados mexeram com a minha cabeça. Tom Ford, criador revolucionário, com seu belíssimo filme “Direito de Amar” (2009); e um documentário arrasador sobre Marc Jacobs, que comanda a criação artística da Louis Vuitton. Tanto Ford, quanto Jacobs, na minha humilde opinião, não são estilistas apenas. São artistas contemporâneos geniais.
Elegantérrimoooooo |
Conheci primeiro Tom Ford. Cineasta que apresentou seu olhar clínico no seu primeiro filme, “A Single Man” (que teve a questionável tradução de “Direito de Amar”), nos apresenta uma obra de arte delicada, explorando de forma original a narrativa cinematográfica. Confesso que pela primeira vez, um filme que aborda a homossexualidade masculina, sublimou o amor como razão que transcende as relações humanas. Mas isso é a minha opinião, vale lembrar.
O filme de Ford conta com o desempenho do magistral Colin Firth, que o indicou ao Oscar de melhor ator. Volta este ano, com “O Discurso do Rei”. Julianne Moore contracena com um nível de interpretação raro. Bom, esse par de atores não é qualquer coisa. Estão atentos para o potencial como arte dos filmes nos quais decidem participar.
Figurino e desempenho nota 10 |
O documentário sobre Jacobs, tê-lo assistido, foi uma espécie de exigência da Fátima, a que faz o papel Tyrannus (eu, parece, sou o Melancholicus) aqui no blog. Ainda bem que ela me fez sentar na poltrona e conhecer um pouco da vida de Marc Jacobs. Pasmei.
Jacobs é um dos ícones modernos da cultura americana. Vive cercado por grandes artistas do mundo todo. Um consumidor voraz de arte, só arte, já que não investe em mansões, carros, iates... O documentário mostra, entre outras coisas, o carinho, a admiração e a idolatria que lhe devotam gente como Naomi Campbell, Uma Thurman, Demi Moore, Winona Ryder, Salma Hayek... Olha, essas beldades costumam mesmo venerar grandes estilistas e isso nem chega a me impressionar.
O grunge em pessoa |
Mas a amizade dele e as figurinhas que ele, tudo leva a crer, troca com as artistas Elizabeth Peyton e Yayoi Kusama, respectivamente, americana e japonesa, me fizeram pensar mais seriamente na relação moda/arte.
O documentário tem uma linguagem bem televisiva. Ágil e jornalístico, explora o talento desse artista americano, inventor do estilo grunge, o todo poderoso da grife Louis Vuitton, que vem a ser o homem mais rico e um dos mais enigmáticos da França.
Yayoi Kusama: Aiaiai |
Acho que tá bom por hoje. Mostrei meus conhecimentos sobre dos estilistas modernos. Me rendo à moda. Estou na moda. E como a noite avança, preciso me recolher. Mas antes, preciso de mais um tempinho pra escolher o pijama ideal, que combine com a fronha do travesseiro e o lençol. Com que roupa eu vou... pra cama?
Não é de hoje que moda e cinema dá samba |
Ícone da moda, Twiggy |
Sarcásmo à parte. Marc Jacob até outro dia estava casado com um brasileiro, seu nome? – Lorenzo. Hum entendi...
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