Até amanhã! Não, não estou me despedindo do internauta já na abertura do texto. Apenas comecei-o com uma frase do meu pai, quando quer dispensar algo chato, desagradável, maçante, desnecessário. E o até amanhã cabe também para esta quinta (14/05), último dia para regularizar sua situação com a justiça eleitoral, se você andou não votando em 2010. Essa informação a gente pescou no blog http://meupalco.com.br/. Se você não se virar, não agitar, não cumprir seu papel político nesta quinta, babau. Seu título de eleitor será cancelado e trocentas medidas punitivas estranhas relacionadas ao ridículo que é a obrigatoriedade do voto desabam em sua cabecita.
“Até amanhã, voto obrigatório. Odeio você!”. O até amanhã tem o mesmo sentido que meu pai aplica na expressão. Voto... Vôte! Revista cultural do Wander Antunes? Não, ‘vôte’ expressão cuiabana que designa nojo, desprezo, raiva de algo. No meu caso, do voto. Voto obrigatório. Obrigatório, eu disse. Porque se o voto não fosse obrigatório, até que seria bacana. A gente sair de casa num feriado pra registrar um voto (de confiança) neste ou naquele candidato (a), simplesmente, por acreditar que essa pessoa merece o nosso apoio. Mas merece o nosso apoio, meeeesssmmoooo. Não é aquela coisa mais ou menos, de ter que optar por alguém menos ruim. Puxa, será que ainda vou presenciar isso? A desobrigatoriedade do voto no Brasil?
Acho que sim. Viver uma virada de século, de milênio, presenciar o advento da internet, ver alguém oriundo da classe operária presidir o Brasil, e um negro, os Estados Unidos; são coisas, acredito, com mais peso do que o direito de votar ou não.
Nenhum argumento na defesa do voto obrigatório, até a presente data, me convenceu. Ah, e como escrevo isto em pleno “dia do beijo” (13 de abril – um beijo pra mama, Rosinha, que tá de aniversário neste dia), lembro-me quando o voto ainda não era digital e algumas mulheres tiveram seus votos anulados porque beijaram a cédula, que ficou marcada de batom. Que coisa triste. Política e romantismo, tudo leva a crer, não combinam mesmo. Chega de voto. Voto agora pelo beijo. Beijo tem muito mais a ver com poesia do que com política.
Beijo pouco, falo menos ainda
Mas invento palavras
Que traduzem a ternura mais funda
E mais cotidiana
(Manuel Bandeira)
Você sabia que hoje é dia do beijo? – Eh. Pois é, tava pensando... se... não dava prá... - Ah, não enche o saco!
No amor o beijo é o primeiro contato íntimo, o primeiro desejo... que desperta os demais. É com o beijo que ansiamos devorar, trazer pra dentro de seu corpo o ser amado. Portanto, é a primeira penetração, antropofagia pura. O prazer proporcionado pelo encontro dos lábios desencadeia processos químicos. O amor é pura química. O beijo, além de despertar paladar, olfato e tato, enlouquece 10 milhões de células nervosas, carregadas de energia.
O beijo que ficou pra eternidade |
O beijo é ainda um sinalizador. Quando a chama do amor atenua, os beijos se rarefazem.
Pede-se beijo com jeito, gosto de “Beija eu” e claro, "Bésame mucho".
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa o que seja ser.
(Beija Eu - Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Arto Lindsay)
E ainda tem essas e... muitos mais.
Já sei namorar
Já sei beijar de língua
Agora só me resta sonha
Já sei onde ir
Já sei onde ficar
(Já sei Namaorar – Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown)
Aquele beijo que te dei
Nunca, nunca mais esquecerei
A noite linda de luar
Lua testemunha tão vulgar
(Aquele Beijo que te dei – Roberto Carlos)
ainda estou aprendendo
a te conhecer melhor.
sigo suas pistas e reparo
no seu cabelo todas as vezes em que nos encontramos.
às vezes nem te beijo e
é quando mordo a sua sombra.
tem dias que te beijo
e então tudo fica mais ou menos confuso.
você é mulher musa
que surgiu numa dessas esquinas da vida
pra sacudir o meu destino.
te conheci e te gosto
mas gostaria de saber te usar melhor.
cadê o seu manual de instruções?
(Lorenzo Falcão)
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