Primeiro de abril, dia da mentira, e a gente vai escrever sobre isso. Mentira. Daqui a pouquinho acaba o tal dia dedicado as inverdades. Mentira é como um pastel de vento, magrinho sem recheio, também chamado de coscorão. Então vamos falar sobre a mentira. Mentira.

Ontem, quinta-feira à tarde, no frigir dos ovos, na hora H, velocidade mil pra fechar mais uma edição, me liga o Ramon Carlini, cabeça pensante, editor e grande apoiador das artes letradas aqui de Cuiabá. Pra falar de mais um livro do Romulo Nétto, escritor que produz de forma impressionante, e acaba de lançar “Não fale comigo!” (Carlini & Caniato Editorial). Uma ficção que trata de um assunto delicado...? Complexo...? Controvertido...? Incompreendido...? Vai saber. E vai escrever sobre isso, o autismo, sem preconceito, sem equívocos, sem injustiças e com o coração aberto. Mentiroso é aquele que diz que consegue escreve sobre o autismo e /ou outras diferenças que costumam acometer a mente humana, com absoluta imparcialidade.

 



No terreno das artes há muita coisa tratando do tema. “O Idiota”, célebre romance de Dostoiévski, publicado em 1869, é  um livro que arrebata as pessoas. O poderoso crítico americano, Harold Bloom, classificou o livro como Cânone Ocidental. Um filme como “Rain Man”, de 1988, dirigido por Barry Levinson, com Tom Cruise e Dustin Hoffman, mexe com qualquer um. Faturou quatro prêmios no Oscar. E o que dizer de “Amadeus” (1985), de Milos Forman, que narra a vida do gênio Mozart, um autista asperger, de alta funcionalidade.

Mozart: Gênio  

Não basta a frieza da ciência para penetrar e vasculhar com propriedade esse tema tão complicado. E nem a proximidade e a experiência prática, o convívio com essas pessoas diferentes garantem um tratado científico, absoluto sobre isso. Cada ser humano é único. Contradizer isso é mentir...



Romulo Nétto

 

Acho legal o Romulo, escritor sensível, se enveredar sobre o tema. Fico curioso para ler o seu livro. “Quando muitos fogem da luta, abandonam lares e relegam famílias à própria sorte, Romulo Netto se levanta corajosamente e, sem ter filho ou qualquer familiar com autismo, resolve escrever sobre o assunto. Aborda o tema com naturalidade e nos custa crer que não tenha vivenciado as dores da síndrome”, escreveu sobre o livro Berenice Piana de Piana, mãe de Dayan Saraiva Piana de Piana, 16 anos, autista clássico, e diretora administrativa da Adefa – Associação de Defesa do Autista. 


No mundo inteiro o dois de abril é uma data par se vestir de azul, a cor que remete ao autismo. A idéia partiu da ONU em 2008, alertando a população a pensar no tema nesta data. Em vários locais do mundo o azul vai predominar. No Brasil, o Cristo Redentor e o Viaduto do Chá terão uma iluminação especial e nós também.  A Terra é azul. Azul da cor do mar ou do céu?

Logo da Campanha da ONU

Meu amigo é azul, e daí?

Aprendendo comTutu