terça-feira, 26 de abril de 2011

Beatriz, detalhe
As aventuras do Tyrannus no Rio de Janeiro estão com o tempo regulamentar praticamente esgotado. Cuiabá passa a ser nosso chão nesta quarta-feira. Duas coisas ficam desta viagem, como sempre: foi bom enquanto durou e é muito bom voltar pra casa. Nas duas últimas noites cariocas, primeiro, um discreto pileque no Leme, no aconchegante “ap” de Valéria del Cueto, a companhia de Beatriz – a filha desgarrada já meio carioca, e muita, muita chuva desabada por São Pedro: maior aguaceiro. E na última noite, uma noite família: jantar a base de ratatouille, salada caprese e linguado frito. Ah, e um scotezinho pra desanuviar.

Sapatos... paixão


A programação cultural não chegou a ser aquela coisa toda. O balé Giselle no magnífico Teatro Municipal do Rio, restaurado, foi emocionante. O segundo ato é de arrepiar, numa atmosfera onírica. A coreografia clássica ganha encantamento com o “tutu” na altura da panturilha das bailarinas (realmente, faz a diferença) . Momentos que lavam e elevam a alma da gente. Alimento de primeira para o espírito. Faz bem. A minha empáfia diante de tanta beleza e num ambiente tão sofisticado estava de fazer inveja

Estilo coluna social, no Teatro Municipal

Na galeria

Gran finale...

Aguardem a bailarina

Se Giselle foi encantador, não podemos dizer o mesmo de “A Lição e a Cantora Careca”, peça teatral com texto de Eugène Ionesco, aquele mesmo do teatro do absurdo. Foi uma grande frustração. Me lembro de ter assistido a mesma peça, noutra montagem, há algumas décadas e quase morri de tanto rir. Desta feita, a encenação não decolou. O elenco, com atores do naipe de Nelson Xavier, Cecil Thiré e Thelma Reston, sob a direção da experiente Camilla Amado, não se encaixava, faltou “time” fazendo com que o espetáculo não acontecesse na hilaridade que o teatro do absurdo propõe.

Foto absurda do teatro do absurdo

Fomos também à feira de antiguidades da Praça XV, não só de antiguidades, mas também de cacarecos. Rolou até uma tomada, não sei se de novela ou cinema, no meio do povão. Maior muvuca, como sempre mais dos produtores. Depois disso, uma conferida na exposição de Laurie Anderson no CCBB. Acompanhamos a trajetória dessa artista musical performática americana, que é acusada de vanguardista há mais de trinta anos. Dessa mostra ficou a lição de que morremos três vezes: primeiro, quando o coração para; depois quando somos cremados ou enterrados e, por último, quando deixam de falar da gente. Um a zero para os grandes e mais nobres imortais, que são aqueles que não morrem jamais, por causa do talento que os eterniza através de suas obras.

Garimpando
Set

Faltou a praia. Deixamos para ir nos últimos dias, mas rolou chuvarada. Na semana passada fomos a Ipanema, mas chegamos já por volta das cinco da tarde e a água meio fria só me permitiu molhar os pés. Sobrou uma caminhada pela orla, coisa que já vale a pena. Ipanema é sempre Ipanema. Improvisamos uma rápida visita a outra exposição, “Alucinação à Beira-Mar”, na Casa Laura Alvim, trabalho criativo do artista carioca Marcos Chaves metaforizando possibilidades de visuais e sensações litorâneas.

Entardecer na lagoa Rodrigo de Freitas

Sol e mar para todos

Ambiência de Marcos Chaves


Paixão

Entre os melhores momentos que passamos aqui está a nossa presença no Fla Flu, nobre clássico do futebol brasileiro que Nelson Rodrigues comparava ao Big Bang. Com razão. Gostar de se emocionar e se deixar levar pelas sensações que nos são provocadas faz parte do estilo Tyrannus. Mesmo que seja meio melancholicus, que é o que acontece quando time da gente perde. O Engenhão, com muita chuva, abrigou pouco mais de vinte mil pessoas num clima pacífico com as torcidas se manifestando bem ao estilo do humor carioca. Esse tipo de coisa me faz sentir em casa aqui no Rio. Que alegria xingar o juiz e o Luxemburgo, que raiva pelos gols que o Fluminense perdeu e que sofrimento na hora da disputa nos pênaltis. Foi tanto o nervosismo que deu um tilt na máquina fotográfica.





Rolandos leros

Arte e futebol são paixões enraizadas em mim. Essas coisas imprevisíveis que existem neste mundão, acho que são as melhores. E isso o Rio de Janeiro oferece.

Adoro esta cidade e mesmo antes de decolar já sinto saudades. Dizem que a família é uma célula social que vem se desintegrando ao longo da trajetória da humanidade. Não penso e nem ajo assim. Tenho certeza do amor que sinto pelos meus entes queridos e da recíproca que é verdadeira.

Saída para o Fla X Flu


2 comentários:

  1. Sejam bem-vindos de volta. Fico no aguardo do telefonema do Tyrannus (lembra-se?).
    Bjs

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  2. Já se vê que falta prática... Deixar a praia pros últimos dias? Fez sol, se manda pra areia, Loro. É o básico em terras cariocas.
    No mais, devido ao fortait de sábado, você teve o Fla-Flor que mereceu no domingo!

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