jogando com a morte em "O Sétimo Selo" |
Não chega a ser uma piada excepcional, mas cabe para este Dia de Finados, com todo o respeito. A morte é uma grande dúvida e também uma certeza absoluta que todos temos. Não sabemos para onde vamos, cientificamente falando, mas é certo que vamos morrer. Não padeço de nenhum medo espetacular da morte e procuro ritualizar de alguma forma a passagem de pessoas queridas e próximas. Sei bem do sentimento que fica, uma saudade lascada. É próprio derramar lágrimas nessas ocasiões. A gente está botando pra fora algo que precisava sair. Talvez, por praticar essa postura lúcida e até certo ponto fria, diante dessas perdas, sei amparar com delicadeza as pessoas sofrem nessas situações indesejadas.
Conheço gente que foge de cerimônias como velórios e enterros. Tem gente que aguenta, no máximo, uma missa de sétimo dia. Questiono um pouco esse tipo de comportamento, porque acho que é de grande valia estar presente nessas despedidas, quando a dor pode abrandar um pouquinho diante de um abraço ou um beijo comovido e sincero.
o cinema que sugere um ponto de vista |
Dois de Novembro é a data memorialista para a morte. Um tema recorrente na vida real e na imaginária. E fecho minhas palavras com uma bela poesia de Manuel Bandeira. “Preparação para a Morte”: A vida é um milagre./Cada flor,/Com sua forma, sua cor, seu aroma,/Cada flor é um milagre./Cada pássaro,/Com sua plumagem, seu vôo, seu canto,/Cada pássaro é um milagre./O espaço, infinito,/O espaço é um milagre./O tempo, infinito,/O tempo é um milagre./A memória é um milagre./A consciência é um milagre./Tudo é milagre./Tudo, menos a morte./Bendita a morte,/Que é o fim de todos os milagres!.
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