Subo nesse palco (foto de Daniel Tancredi) |
No início de 2008, de férias no Rio, embarcando para uma viagem família, toca meu celular. Era o Pablo Capilé, grande articulador da cena musical cuiabana, informando que o Macaco Bong, banda instrumental cuiabana, estava na capa do Caderno B, a editoria de cultura do extinto JB. Corri até a banca mais próxima e comprei o jornal. Era tudo verdade.
Bruno Kayapy (guitarra), Ynaiã Benthroldo (bateria) e Ney Hugo (baixo) na capa do Caderno B. Ficaram bem na foto, com direito a chamada na capa do saudoso jornal carioca. Os Bongs, como gosto de chamá-los, começaram em 2004 como um quarteto e em 2005 se tornaram um trio. Não sei há quanto tempo deixaram de ser uma promessa da música regional, para se tornar uma realidade incontestável da sonoridade cuiabana (mato-grossense) no cenário internacional.
Ao lado de outra prata da casa, o descolado Vanguart, hoje radicada em São Paulo, Macaco Bong representa a pujança do rock do cerrado, nestes tempos de globalização, quando praticamente todos os sons do mundo podem ser conferidos, graças a democratização que a internet propicia. Mas isso foi em 2008 e lá se vão quase três anos.
Em 2009, a convite do Itaú Cultural, fui conferir a apresentação dos Bongs em SP, então convidados por outro trio instrumental, o Pata de Elefante, gaúchos porretas. Um show, música de excelente qualidade para meus ouvidos. Sei que há um bocado de resistência ao som do Macaco Bong, mas sei que eles estão conseguindo abaixar a guarda, por conta da qualidade do trabalho.
Acompanho com gosto a trajetória desse trio. Converso sempre com o baixista Ney, por telefone ou na trocas de e-mails. Uma característica dos três é a dedicação. Estudam e se preparam muito. Músicos são assim mesmo... antenados, ligados.
A última novidade em relação aos Bongs, noticiei a poucos dias, numa discreta nota no DC, que eles participaram da abertura do Futurível, evento nacional focado na cultura digital, acompanhando Gilberto Gil.
Afinando... (foto de Daniel Tancredi) |
Na primeira hora de folga entrei no youtube, meu canal de televisão preferido, para checar a performance. Está tudo lá. É só digitar Gilberto Gil e Macaco Bong. E também vale a pena checar os dez minutos do Pata de Elefante + os Bongs. Recomendo. Gilberto Gil, vocês sabem, aquela moagem toda pra tocar e cantar, mas não resta dúvidas de que é um dos grandes nomes da MPB. Seja pelas letras, pela musicalidade, pelo suingue, pela negritude etc, um grande artista. Pode até não gostar dele, por mil motivos, mas daí a dizer que o cara é ruim, é outra história.
Bongando com Gil (foto de Pedro Caetano) |
Tocar com o cara, acompanhá-lo, repartir o palco, não é pra qualquer um. É isso... Valeu Bruno, Ney e Ynaiã. Tô sempre aqui na torcida por vocês.
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