A semana começou mexendo com simbologias. O primeiro caso foi o da presidenta Dilma que tirou de seu gabinete o crucifixo e a bíblia e gerou um Deus nos acuda! Mas cá com nossos botões, que simbolizam o nosso pensamento... Putz, mas a presidenta não tá formatando o maior programa pra combater a pobreza extrema no Brasil? Você quer uma ação mais cristã do que ajudar os nossos mais necessitados irmãos? Agora, pense com a gente, o que vale mais: manter a simbologia cristã ostentada em seu gabinete, ou arregaçar as mangas e mandar ver, com unhas e dentes, pra tirar um monte de gente da miserabilidade?
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Ma-ra-vi-lhaaaa |
Outro caso sobre o poder dos símbolos vem da emissão de passaportes diplomáticos para os filhos do ex-presidente e mais uma carrada de gente, dos nos nossos poderes constituídos. Ora, um passaporte desses, faz toda a diferença nas intermináveis filas dos aeroportos internacionais. Principalmente se o cidadão vai a turismo, pois o “doc” facilidade na alfândega. O passaporte diplomático é tudo.
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"Ora-pro-nobis"
Um gesto decente e que simboliza dignidade foi o do bispo Dom Manuel Edmilson Cruz que, no final do ano passado, recusou um prêmio no Congresso, protestando contra o indecente aumento salarial dado aos políticos brasileiros, aprovado no apagar das luzes, a eles mesmos. É mole? Na cerimônia, o bispo bradou: “sinto-me primeiro, perplexo; depois decidido. Só me resta uma atitude: recusá-la. Ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão, à cidadã contribuintes para o bem de todos, com o suor do seu rosto e a dignidade de seu trabalho. É seu direito exigir justiça e equidade em se tratando de honorários e de salários. Se é seu direito e eu aceitar o prêmio, estou procedendo contra dos Direitos Humanos. Perderia todo o sentido este momento histórico. O aumento a ser ajustado deveria guardar a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e da aposentadoria. Isto não acontece. O que acontece, repito, é um atentado contra os Direitos Humanos do nosso povo”, honrou o bispo porreta. |
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Panteras Negras: nitro pura
Para explorar os valores simbólicos dos objetos, dos gestos, das palavras, da arte etc, claro que a gente não precisa ficar preso na religiosidade. Nossa conversa, antes de brotar esse texto, girava mais ou menos em torno dessa pauta e a chuva veranista cotidiana pingando lá fora. Era só uma chuvinha aparentemente à toa e eu insistia nesse babado de que um governo não deve levar as coisas pro lado religioso, enquanto a Fátima valorizava fatos e gestos separadamente, como o bispo Desmond Tutu, que deu um show a parte na cerimônia da Fifa, que premiava os melhores valores do futebol mundial, de 2010. Desmond Tutu, aliás, todas as vezes que vejo, dá show.
E estávamos indo muito bem, definindo a pauta, quando Iansã, a Rainha dos Raios, pintou no pedaço. Fez-se a escuridão aqui no Recanto dos Pássaros, sereno lar do Tyrannus Melancholicus. Um raio estrondou com força, daqueles que parece que cai do lado da gente. Um raio, um símbolo. Dizem que ele não cai duas vezes num mesmo lugar, mas outras descargas elétricas pipocaram por aqui. Uma hora e meia, mais ou menos, sem luz. Tempo suficiente pra gente decidir escrever sobre os símbolos, sem grandes aprofundamentos, sem essa erudição que transborda com a semiótica, ciência que trata dos signos que, por sua vez, têm a ver com os símbolos. E tarará... |
:~i
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