O amor é uma flor roxa que nasce no coração dos trouxas. Aprendi essa trovinha simples na adolescência e, com o passar dos anos, li e ouvi dizer muitas coisas mais sobre o amor. Meu aprendizado ensinou-me que ser ou não ser trouxa não é coisa racional. Tem a ver com o coração. Bom, o coração é algo mais que uma palavra. É o órgão vital para as mais surpreendentes metáforas. Surpresas da nossa passagem por este mundo. Dá-lhe amor!
Mauro e Kátia e seu Véu de Noiva |
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e se não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e se não tivesse amor, nada seria...”
Caiu como um luva o trecho bíblico acima proclamado numa cerimônia de casamento que teve como o cenário os penhascos da Chapada dos Guimarães, efeitos especiais da luz do por do sol, a entrada (não programada!) de uma tênue névoa, e tudo isso temperado pela emoção dos familiares e amigos. A hora H de Maurinho Pando e Katia Follmann.
Sem cerimônia |
Morro dos Ventos (não uivantes) foi o local onde a união se fez verdade. Umas cem pessoas mais ou menos. Gente do Paraná (turma da noiva) e gente de Dracena (turma do noivo). Exceções, claro. Sabe o residencial Vila Verde, aquele próximo do viaduto da Fernando Correa? Tinha uma galera de lá, reduto familiar do noivo, desde quando mudou pra Cuiabá. Antigamente, dizia-se que ali era o Pico do Amor. Olha o amor novamente no pedaço...
Na lente do Tasso... |
Casamento precisa de amor, glamur, emoção. E outras cositas complementares. Agora, se tudo transcorrer com simplicidade, fica melhor ainda. Tem que ter todo aquele ritual. O atraso da noiva, os padrinhos, crianças vestidas que nem gente grande, comes e bebes. Fotos... Trocentas milhões de fotos. Ah... uma boa música deixa a cerimônia soberba.
Quando cheguei ao Morro dos Ventos vi o Renan, jovem violinista que estuda em Goiânia, mas começou na Orquestra de MT. Ele integra uma companhia que sonoriza casamentos e o cara é bom. Logo depois vi andando por lá o Danilo Barero (Mandala), guitarrista virtuoso. “Teremos música de primeira”, vibrei. Nessa altura eu já ouvia um jazz maneiro.
Mucho loco |
Encontro de vozes |
Pop romântico nacional e internacional, a marcha nupcial (Mendelssohn, com direito a clarins), um DJ mandando bala e todo o suingue da banda Mandala, botando pra quebrar com Tim Maia, Jorge Ben, Ed Mota etc. No finalzinho rolou até um som mecânico com sertanejo universitário. Ecletismo é isso aí. Não dava pra ficar parado.
Cantando a noiva |
Quando pensei num resumo daquilo que havia acabado de vivenciar, me vieram à cabeça as imagens do Maurinho, noivo com experiência em bandas e palcos, cantando um dos sucessos do The Doors, abraçado com sua mãe e a sogra. Olha gente, se o que rolou não foi uma cerimônia digníssima e representativa de um casamento a cara do Século XXI, não está mais aqui quem escreveu.
Boa sorte e uma performance amorosa implacável, como as placas tectônicas da velha Chapada.
Maurinho e Katia agora fora do Paredão |
Nenhum comentário:
Postar um comentário