segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Posse: Pompa, sono e traquinagem

Traquinagem na posse
Primeiro o porre, depois a posse. Todo mundo chupando balinha de uísque. Porre, de vez em quando faz até bem. Desbaratina, desembaça, apesar de na hora estar tudo meio embaçado. Mas posse... Posse de político. Êita coisa dura de assistir. Ficar lá em pé, às vezes senta, levanta, coisa meio missa. E aquela falação toda. Duro de aguentar, mano. Tô fora. Não gosto e não preciso ir.   

Essa história de posse no primeiro dia do ano, meio que mela a festança da noite anterior. Numa ocasião como essa a cotação dos engovs dispara.
Eu não consigo entender, mas tenho que aceitar isso. Acho tudo tão formal e pé no saco, mas tem gente que gosta dessas coisas de posse... E vai mesmo. Quero ver não ir. Alguns vão imbuídos por bons motivos. Porque acreditam nas mudanças e no reflexo positivo delas para a sociedade. Deve ser a parcela do povo mais ingênua e esperançosa que vai nesse tipo de evento por tais motivos.

"Ele disse abre o olho"

Outros vão meio que por obrigação, sendo que alguns temem até alguma represália, se não forem. A política praticada no Brasil tem se mostrado tão vagabunda, tão rasteira, que esse tipo de coisa existe mesmo. Coisa da política.
Mas tem muita gente que vai mesmo é para engrossar o caldo. Aquele, do cordão dos puxa sacos... Esse tipo de gente é o que vou classificar aqui de imperdoáveis. Sabem que estão fazendo esse papel ridículo, mas ali ficam, com a cara mais lambida do mundo. Torço para que nesses casos, se for um homem, esteja com um sapato novo daqueles que incomoda até a alma. Se for mulher, torço para que esteja com um salto altíssimo e fino e tenha que caminhar sobre paralelepípedos.


Vi alguns flashes da posse da Dilma. Apesar da chuva que rolou a cerimônia foi bacana. Em seu discurso a presidenta (ela não quer ser chamada de presidente) mostrou-se fria. Apenas um soluço incontido escapou. Disse que vai bater duro na corrupção. Deus queira.

Fiquei envergonhado pela participação do Sarney nessa cerimônia. Penso que ele representa o que há de pior na política brasileira. Se projetou com a morte de Tancredo, e depois disso teve uma atuação política pífia. Muito pouco fez e, em determinados episódios, ficou sob suspeita de envolvimento em maracutaias. Quanto ao vice de Dilma, acho que seu sobrenome já dá o recado.

Tá temendo o quê? (Foto: Roberto Stuckert)
Gosto dessa história da indicação de muitas mulheres para compor os escalões e cargos importantes da presidenta Dilma. Quem sabe as brasileiras fazem o que os brasileiros não têm conseguido desde que o Brasil é Brasil. Isso é coisa que só o tempo vai dizer.

Na faixa
Estarei na torcida pelo sucesso de Dilma. Sou brasileiro e acredito. Dizem por aí que rusgas estão pintando no “palácio“, e ela tá enfrentando: quer técnicos em cargos políticos, contrariando as vontades peemedebistas. Em relação ao nosso governador, Silval Barbosa, também vou ficar na torcida. Mesmo sem ter o menor conhecimento do seu discurso de posse. Discurso, afinal de contas, é só discurso.  

"Pega aí" (Foto: H. Pradera)
Posse pra cá, posse pra lá. Há coisas que ficam cravadas em nossa memória. Depois de oito anos, ainda me lembro da posse do Lula. E agora, pelo jeito, não esquecerei da sua despedida. Saiu como entrou... nos braços do povo.

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