quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Antrhropos physei politikon zoon


"Antrhropos physei politikon zoon".
O homem é um animal político, um ser racional que pensa e fala.  A natureza do homem não lhe permite viver só. Seria possível se o homem fosse um bruto ou uma divindade. Mas não o é.  É um ser social, gregário, que vive em núcleos, famílias, grupos e associações. Vários animais também vivem assim. Para o animal político, a necessidade vai além de garantir a vida, visa a qualidade dessa vida.

A palavra distingue o homem dos demais animais. É o discurso que estabelece a relação entre os indivíduos e, consensualmente, o faz optar pelo que é útil, justo e vantajoso. É intrínseco aos humanos o senso do bem e do mal, sentimento esse que é a amalgama na construção de uma comunidade política. É no âmbito da política, considerado o mais elevado, que o homem realiza suas potencialidades. No pensamento aristotélico a sociedade precede o indivíduo e o todo precede a parte.

Há aproximadamente 2.500 anos filósofos gregos, vestidos de túnicas fluídas, percorriam bosques com seus discípulos discutindo sobre política, ética, moral nas “polis”, palavra grega que significa cidade e que originou política...  Política é a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados. Era pra ser de interesse de quem governa e de quem é governado.
É curioso se raciocinarmos que a contagem do tempo para a sociedade humana não é o mesmo tempo cronometrado para a geologia. 2.500 anos podem ser considerados como um único segundo para a geologia. A idade da Terra, por exemplo, é estimada em meio bilhão de anos. Somente o homem pode, racionalmente, modificar e alterar, com incrível rapidez, o que a natureza demorou milhões de anos para consolidar.

E o ser humano também altera e modifica as bases de sua própria natureza, que é viver em sociedade, regida pelo discernimento do que é bom e de interesse coletivo, não o contrário, como temos visto e vivido ultimamente.  “Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a força da lei. Rouba, mas faz.” São frases que conceituam o estilo de muitos dos nossos políticos. Até hoje. Outras palavras associadas aos podres poderes: corrupção, nepotismo, fisiologismo, oligarquia, favorecimento, propina etc... Ah, e a impunidade!  

Todas as vezes que o assunto vai para esse lado, o da política, cabe lembrar uma frase de outro pensador, que não Aristóteles: Jean Baudrillard: “Política é a arte de inserir o mal na ordem natural das coisas”. 
Baudrillard: Quanta maldade...
Pelo menos uma parte da sociedade brasileira aproveitou o sete de setembro para participar de manifestações contra a corrupção. Uma data cívica, mas sem “independência ou morte”, já que continuamos dependentes da classe política que, em sua grande maioria é desqualificada.

Justo Veríssimo


João Plenário

Odorico Paraguaçu
 E mais o registro de que questionar e repudiar, se possível, publicamente, a classe política brasileira, é algo que precisamos fazer. Nossa inspiração para este "post" partiu atitude política dos amigos Gabriel Novis Neves e Roberto Boaventura da Silva Sá, que também usam (e bem) a palavra para expressar a insatisfação contra essa turma que até as pombas sabem o que são...
Pombas arrulhando: corrupto... corrupto


Nenhum comentário:

Postar um comentário