Poema concreto de Augusto de Campos |
Nem só de vaias vive o "Rock in Rio", mas que dá uma puta força, isso dá! A cidade do rock tem nas vaias a sua mais autêntica manifestação de desagrado. Nem bem começaram os shows e uma saraivada de vaias atingiu direto Claudia Leite (sabia que ia ser vaiada!!!!), NXZero (sabia que ia ser vaiado), Rihana (levou um buuu que virou aplausos), igual aconteceu com a banda hardcore "Glória" e, sabe-se lá porque, o Dinho, do Capital Inicial, puxou uma sonora vaia para o senador Sarney, direto pra Brasília. Por que será, hein?
A vaia é uma das mais antigas manifestações populares. Dizem que lá na Grécia antiga aplaudiam ou vaiavam os coitados que estavam indo pra execução. Já vimos em filmes o povo vaiar gladiadores no Coliseu; no teatro, atores e atrizes, assim como cantores em festivais. Também técnicos, jogadores e, principalmente, juízes de futebol, são alvejados por tais manifestações nos estádios. Já os políticos, esses nos parecem os mais cheios de méritos para as vaias.
Quem não foi vaiado? Artista que não passou por isso, não vivenciou por completo uma carreira. Ser vaiado deve ser constrangedor, mas faz parte. É sinônimo de polêmica. Um festival de música ou de cinema, onde não rola uma vaia, sinceramente, não foi completo. E o que dizer de uma partida de futebol onde não ecoam os tais apupos, onde centenas ou milhares de pessoas se manifestam?
Cage: Relação saudável com a vaia |
Vai dizer que a vaia é falta de educação... Algumas vezes, sim. Mas não vale negar que vaia é também algo que caracteriza a democracia. Bom, vaia, acreditamos, é o tipo de coisa que não dá pra generalizar. Para uns, que nem eu, a vaia cabe sempre. Para outros, nem tanto. Particularmente, gosto da vaia ao ponto de celebrar uma frase do John Cage, que está entre as minhas preferidas: "Aquilo que o público vaia, cultive-o... é você".
Navegando pela internet hoje flagrei vaias que gostaria de ter engrossado o coro. As vaias à Claudia Leite, no Rock in Rio, as vaias para Silval Barbosa, Pedro Henry e Éder Morais, que foram xeretar o campeonato masculino de Vôlei Sulamericano, que rolou em Cuiabá dias atrás.
"Vaia de bêbado não vale" |
Nos antigos festivais de música no Brasil a vaia urrava forte e compacta. O cantor e compositor Sérgio Ricardo, diante delas, quebrou seu violão. Caetano também já foi contemplado com vaias e teve lá seus costumeiros chiliques. Outro baiano, João Gilberto, sequer resistiu a uma vaiazinha pequena e acabou abandonando o palco. Abandonar o palco não é nenhuma novidade, tratando-se de João Gilberto.
A culpa é sua violão |
Lobão foi praticamente sacrificado no Rock in Rio de idos anos. Dizem que ele é meio perseguido por essas desconfortáveis situações, mas bem que ele provoca. Já Carlinhos Brown, recebeu vaias e chuva no formato industrializado de garrafas de água mineral.
Lobão na cena do crime |
Outra vaia que repercutiu bastante foi a que o diretor teatral Gerald Thomas recebeu certa vez no Rio de Janeiro, em pleno Teatro Municipal. Thomas achou por bem contra-atacar as vaias e foi ao palco onde virou-se de costas e baixou as calças e a cueca, mostrando sua bunda branquela. Dizem que a plateia foi à loucura. Não estávamos lá e não podemos afirmar ao certo como se deu o tal bundalelê.
Na hora da vaia, use a retaguarda! |
Nossa vaia de hoje vai para Roberta Medina, produtora do mega evento do rock. A empresária reconheceu em entrevista que “houveram” falhas (aiiii essa doeu!!!!!!). Buuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! sonoro pra ela.
Falha no verbo |
Olá caríssimos, concordo com seu ponto de vista sobre as vaias, + discordo do 'lugar de honra' dado à Cláudia Leite ao colocá-la junto aos 'notáveis' já vaiados palco afora.... afinal, ela faz jus aos apupossssss desde antes do Rock/Rio por mérito próprio, daí, total/e justificável! Diferente daquels célebres que motivaram vaias históricas apesar de todo talento.Bjs
ResponderExcluirLorenzo, obrigado pela auto-dica...rsrsrs... já está nos favoritos e certamente vai entrar nas leituras obrigatórias dos momentos livres pela net.
ResponderExcluirTentei comentar o texto das vaias, mas não consegui. Deu o mesmo problema que apareceu no blog da minha filha. Acho que não sou cadastrado...rsrsrs..
Segue a opinião. Fique à vontade para colocar no comentário e assinar por mim!!
“Carlinhos Brown pediu água. E ganhou.
Sérgio Ricardo foi ruim. E quebrou.
Quem quer saber por que o Dinho puxou a vaia, leia Honoráveis Bandidos, de Palmério Dória.
Quem quer saber como reverter uma vaia, assista Caetano em Uma noite em 67, documentário de Renato Terra e Ricardo Calil, que além de venda em DVD, é exibido pelo Canal Brasil.”
Forte abraço
Marco Aurélio Jr
É "Rock in Rio" e, o Axé já tem o seu espaço na Bahia e no Brasil.
ResponderExcluirSendo assim, PAZ NO ROCK = AXÉ NO ROCK