segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Agosto em Cuiabá

Todo ano é a mesma história: começa agosto, vem setembro... calorão à vista! Calor insuportável esse de Cuiabá! Nunca vi coisa igual! É a cidade mais quente do mundo. Passarinho não aguenta mais cantar, chamando chuva! Tá amolecendo meus miolos, derretendo meu cérebro!  Dá pra fritar ovo no asfalto (essa é das antigas). É reclamação o tempo todo. Por outro lado, é um argumento pra quebrar o gelo (rsrs) e começar uma conversa mole, em qualquer lugar. Não sei, mas acho que à medida que envelhecemos, nos sentimos mais incomodados com o calor
Engraçado é que a criançada não tá nem aí! O maior solzão cabeça e que nada. Correm, brincam, invadem suados e desesperados a cozinha, abrem a geladeira, deixam a porta aberta, tomam água no gargalo (se ninguém tiver observando), guardam o restante e saem na correria. Deixam um rastro que é um odor peculiar de criança suada, um cheiro parecido com ferrugem/morrinha de cachorro. Na hora de tomar banho, refrescante e revigorante pra gente, aí é que reclamam (pois sabem que a correria vai acabar). Descuida pra ver! Olha só a cor que ficou a toalha... Limpar atrás das oreias que é bom, cadê? Êta banhozinho porco!


Quer dizer, hoje nem tá mais tanto assim, ou melhor, criança rica em Cuiabá vive mais em ambiente climatizado (carro, sala de aula, casa, shopping, academia, cinema tudo com ar condicionado). Os mais pobres é que enfrentam e parecem nem sentir tanto assim o calorão cuiabano, no lombo!

Então né, nem sodoma nem gomorra na ensolarada Cuiabá: modorra. A interminável tarde cuiabana avança. O ar condicionado... ah, o ar condicionado salvador da pátria. Mas há a impressão de que sombra de árvore (principalmente se for mangueira) refresca que é uma maravilha. Troço bom pena que a antes Cuiabá cidade verde, tá mais pra cinza (só prédios) e um bocadinho só de árvore nas ruas, pra vedar o sol e suavizar o clima. Corta... foi isso mesmo que fizeram. 

Dentro de casa. Um olho no computador e outro na televisão. Mentira. Os dois olhos no computador e os ouvidos acompanhando a narração da TV. De vez em quando, uma desviada do computador pra acompanhar o replay de um ou outro lance que vale a pena. Eu diria que o jogo do Brasil nesta tarde de segunda não atrapalhou meu desempenho profissional. Graças, principalmente, a empáfia que costumam ser os amistosos da seleção brasileira.

Por falar em empáfia, outro nome que me vem à cabeça é Mano Menezes. Até pra fazer propaganda da kaiser, que não chega a ser uma graaannnddeeee cerveja, na minha humilde opinião, o sujeito é bastante sem graça. Em matéria de propaganda de cerveja, a inexpressividade do Mano concorre com a da Sandy. Mas o problema da Sandy é outro. Ela não leva o menor jeito pra propagandear uma cerveja chamada devassa. Agora, propaganda de cerveja alicerçada numa pessoa, faz horas que não vejo ninguém mandar tão bem quanto a Hebe Camargo. A loira jurássica, em seu antigo programa, pegava lá uma grande taça e mandava pra dentro um gole daqueles de fazer inveja pra qualquer marmanjo. E era da nova schin, uma cerveja que, convenhamos, também não está com essa bola toda. Mas, vamos ao futebol.
Joguinho morno, na Cuiabá fervente. Medíocre. Foi lá em Londres e muito bem escolhido o lugar, já que foi uma partida pra inglês ver, embora as torcidas presentes fossem de Gana e do Brasil. A única coisa de novidade e de bom que a seleção mostrou foi a volta de Ronaldinho. Jogou a bola que vem jogando no Flamengo. Está com 31 anos e vamos ver se consegue manter-se nesse nível até 2014. Ganso, coitado... quando  joga, não joga o que sabe. E se machuca. Há tempos que não mostra aquele futebol que, apesar de cadenciado, resolve uma partida de futebol.   

Calor, cerveja e futebol. Parece até coisa de domingo. Mas é que o domingo também foi demais de quente, então, sobrou uma rebarba dele pra segundona. Com direito a futebol e cerveja. E o Tyrannus  vai saindo de fininho. Não sem antes registrar que gostaríamos de ver o Mano Menezes prestando seus serviços futebolísticos em outras plagas. Plagas mesmo, com ‘l’. Praga é outra coisa, a capital da República Tcheca, cidade de muitas cúpulas, sem culpa, contraculpa, desculpa gente... mas que praga, que embananada esta bem no finalzinho do texto...

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