quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Amor em 5 tempos

O que dizer de uma história contada a partir do final do relacionamento até o início? Parece que desta forma o expectador fica incólume, ao invés de se acostumar e envolver-se as agruras e alegrias do casal, é possível, dessa forma, pensar isoladamente cada momento contado, e ser na medida do possível imparcial.
Em “Amor em 5 tempos” não há cafajeste nem coitada, tampouco o contrário. Mas os personagens oscilam entre ser isso ou aquilo. Às vezes são “canalhas” simultaneamente. Depende da circunstância e, também do ponto de vista. O diretor francês, François Ozon, nos deixa bem a vontade para escolher quem foi que pisou na bola nesta ou naquela situação.



Ozon vale-se do ditado: “em briga de casal, não meto minha colher de pau”. E mostra-se um bom contador de história, embora, às vezes, fique a sensação que o filme poderia ser mais vibrante. Falamos em brigas, mas elas não chegam a acontecer escancaradamente. Apenas aquelas cobranças (ou falta delas) que permeiam as relações entre casais, e que dão o tempero da coisa.



Pense bem e conte, pode ser mentalmente, uma história sua do final para o início. Dessa forma a primeira sensação será de tristeza, sofrimento ou alívio (sentimentos relacionados a perda), e a última imagem ou lembrança, certamente, será de alegria ou frescor, que só a descoberta ou conquista da paixão pode proporcionar. O meio do relacionamento – o amor - é o melhor-pior que só o dia-a-dia, o cotidiano e a rotina podem acomodar.  

Sob as lentes de Ozon

A trilha sonora é composta por muitas canções italianas, super românticas, quase bregas, mas que não dão clima de dramalhão. ”Una lagrima sul viso” e ”Sapore di sale”, entre outras, enternecem nossos corações saudosistas. Escolha certeira, porque parece impossível compor um clima de amor- desamor-amor com as músicas francesas. Elas não têm o ardor das canções italianas.
Nós temos a mania de querer adivinhar a cena final de cada filme que assistimos. Neste aqui, foi barbada. Agora que você já leu tudo isto sobre “Amor em 5 tempos”, esqueça essa conversa de cena final. Tente adivinhar o início deste. Não vale dizer que é o divórcio... Pense em algo assim... mais caliente.  
A bela Valeria Bruni Tedeschi

O não menos belo, Stéphanie Friess

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