quarta-feira, 2 de novembro de 2011

R(e/a)lação

Somos seres distintos e assim deve ser. Mas temos uma capacidade (que podemos chamar também de tolerância, camaradagem, cumplicidade), de criar e produzir juntos, especialmente na área cultural. Alimentar o Tyrannus Melancholicus diariamente está longe de ser nosso primeiro projeto a quatro mãos e duas cabeças. Teatro, literatura, artes plásticas, happenings, produções culturais, festas, audiovisual, canto coral, viagens (em todos os sentidos), vagabundagem, ociosidade tudo isso e muito mais faz parte da nossa vida. Nessas invencionices, além de nós, muitos amigos também participam e participaram. O prazer de lidar com os saberes e fazeres da cultura é coisa que só quem já experimentou sabe o que é. E recomendamos.
A diferença entre o Tyrannus e as outras armações é que o blog está muito mais duradouro. Na rede há mais de um ano, feito exclusivamente por nós. Algo que já escrevemos aqui e que repetimos hoje é que nossos posts não são do Lorenzo e nem da Fátima, porque a gente nem sabe mais direito o que um ou o que o outro escreveu, já que em todos os textos, o que acontece é que um começa, o outro termina, o outro vai e muda, aí vem um e mexe de novo, até haver um relativo consenso. Lógico que há concessões, olhares enviesados e aquela coisa toda que envolve um trabalho em conjunto. Bem, enfim, o Tyrannus é isso, um blog de duas cabeças que descobriu seu estilo próprio e, claro, está acima destes dois escrevinhadores.

"Você tem escrito mais que o Lorenzo, parece um texto mais feminino", disse um amigo ontem para a Fátima. Fiquei sabendo depois e me lembrei que, resguardadas as proporções, sou que nem o Fernando Pessoa, uma alma feminina, numa inteligência de homem (ui!).



Conversamos tanto, mas tanto, sobre esta empreitada e nunca chegamos a algo definitivo, em matéria de linha editorial. Linha editorial, aliás, é um troço muito careta pra quem busca um estilo que combina o híbrido com o original, na maneira de se comunicar. Xô, longe daqui, jornalismo pasteurizado. Preocupamo-nos, ainda, em não enaltecer nossas vidas pessoais, apesar de expormos o que de melhor vivenciamos, seja através de palavras e/ou imagens (vai entender!).
Por enquanto, uma definição mais coerente seria associar nossos textos com crônicas sinceras onde não faltam temperos como o humor e a poesia e, ainda, pitadas de criticidade, às vezes dissimuladas, noutras escancaradamente.
Hoje bateu essa neura identitária. De vez em vez é bom checar pra ver o rumo que está se tomando, ou está se deixando levar, ou se está à deriva. O Tyrannus gosta de tocar nesse assunto (discutir a re/alação), é uma questão de sobrevivência. 


4 comentários:

  1. Lorenzo e Fátima...quando comento sobre os seus artigos expresso a felicidade em ler algo original, realmente longe dos 'artigos pasteurizados'. Sempre tenho a sensação de que estamos tendo uma conversa a três, eu e vocês dois. O linguajar coloquial me soa intimista. A abrangência dos assuntos (dos complexos aos corriqueiros) me enriquece com informações ou resgates da memória. O bom humor e as críticas trazem a leveza e a reflexão numa medida que'desce redondo', entendem? (rs) Bem... venho manifestar o desejo de que essa nossa conversa diária, através do Tyrannus, tenha vida longa, assim... com esse formato ímpar e delicioso. Bj grande. Cláudia Abreu (CCA)

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  2. Adoro seus textos, Lorenzo. E aceite como elogio o comentário de que suas palavras tem alma feminina. É a sensibilidade aflorada. Super beijo para você e a Fátima! Luzimar Collares

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  3. Bom dia Lorenzo e Fátima! Qdo leio Tyrannus, me atualizo,reflito de uma forma doce, poética,humorada ao mesmo tempo crítica...(como convém em determinados aspectos sociais) vc escreve sobre a vida, entregue de forma intensa!
    Adoro! Regina Pena

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  4. Oi queridos Fátima e Lourenzo! Como falei... Adoro ler vocês. Bjus.
    Miriam Braga

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