Acredite se quiser

Um fato engraçado, pra não dizer desgraçado, marcou este início de semana aqui no Brasil. A postura ridícula do presidente do senado, Zé Ribamar, vulgo Sarney, ao retirar (e depois recolocar) o painel do impeachment de Collor da galeria de imagens históricas, espécie de museu que existe desde de 1826, conhecida como Túnel do Tempo, no prédio do senado. Esse comportamento demonstra o despreparo, falsidade e a capacidade de manipulação de fatos que fazem a nossa história, pelos nossos mais ilustres políticos.

No parágrafo acima, reparem, senado está com letra minúscula. É proposital. Um protesto contra essa instituição que não deve merecer a nossa credibilidade. Minha opinião a respeito da classe política brasileira é bem conhecida. É pública. Sempre que possível expresso minha indignação contra essa turma e gosto de dizer: “político, quando faz bem feito, não faz mais do que a obrigação. Quando faz mal feito, pau nele”.

Na galeria do amor é assim...

A argumentação de Sarney, segundo o que li, para retirar a imagem do impeachment de Collor, é de que a deposição do ex-presidente teria sido um acidente na história do Brasil. Ora, francamente. Então quer dizer que o curso natural da história deveria ser o cumprimento do mandato até o final, mesmo que comprovada a corrupção de Fernando Collor, esse mesmo que aí está como senador? O brasileiro merece isso? Acho que merece um pouco, porque políticos como Collor pertencem a um saco (e que saco) de farinha que está espalhado por todo o Brasil. Infelizmente.

Direto do túnel do tempo...

Na época do impeachment, em 92, lembro-me da minha vibração e da esperança forte de que as mudanças nos rumos da história do Brasil seriam mais substanciais. Os cara pintadas, estudantes de todo país (país com p minúsculo pelo caráter informal deste blog, ainda acredito no Brasil) saíram às ruas para protestar. Que eu me lembre, foi o fato mais significativo da história brasileira recente, e não um acidente, como disse Sarney.

A OAB de São Paulo soltou nota onde registra que o episódio do impeachment “serviu para mostrar a importância da mobilização popular em defesa da ética na política e que, desde 1992, não houve outro fato tão significativo na história do Senado”. Escrevo estas linhas na virada da terça pra quarta-feira e, sinceramente, fico curioso pra saber como a mídia vai repercutir esse “chove não molha do Sarney”, mesmo sem ser um leitor apaixonado pelo noticiário político. Me entendam, por favor... É que não gosto e nem posso passar muita raiva. Recomendação médica: sou hipertenso.

Cuidado com o acidente (impeachment)

Uma pauta boa para os repórteres de política de todo o Brasil seria buscar junto a vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, presidentes de bairro e de clubes de mães; opiniões a respeito desse rocambolesco episódio.

Uma pérola de Napoleão conceitua: “A história é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo”. A história oficial gosta daqueles que fazem sucesso. Prefere esconder podres, fracassos e mazelas. Mas a história precisa ser renovada e encontrar o seu passaporte para a verdade. Laurentino Gomes, por exemplo, em seu “1822” (ainda não li, mas a moda agora é opinar sobre o que não se leu), valorizou a caganeira que acometeu Dom Pedro I na véspera da independência do Brasil. Fato histórico.

Constatado, o cavalo branco de Napoleão era branco

"Vamos entrar pra história aí pessoal" (Raulzito)

Falta registrar aqui que se eu fosse o Sarney sairia de fininho requerendo aposentadorias simultâneas no Maranhão e no Amapá. Mas antes, baixava um decreto obrigando o Fernando Collor, “proeminente” senador, a acompanhar os visitantes que vão ao senado para conhecer a galeria de imagens históricas do Túnel do Tempo. Por falar em Túnel do Tempo, me lembrei de outra antiga série: A Ilha da Fantasia. Acredite se quiser. Em tempo: Tropa de Elite 2, ganhou 8 prêmios...

Fênix louca... muito louca

Acho que estou com sarna