Ezra Pound... |
Eu não sei fingir cara a cara. Já cheguei a pensar que sabia, por causa de minhas experiências como ator, mas todo mundo percebe quando digo uma coisa e minha expressão diz outra. Não sei costurar e nem lavar roupa. Não sei usar o adobe fotoshop, nem que a vaca tussa. Corel draw, então, nem pensar. Não sei trocar cabos e depois destrocá-los para ligar e desligar aparelhos eletrônicos. Não sei me adaptar direito às malditas inovações que nunca param de chegar em relação a computadores e celulares.
Não sei não xingar quando vacilo diante da informática. Não sei até que ponto minha tecnofobia é patológica. Não sei fazer contas que tenham um pouquinho mais de complexidade. No máximo, uma regra de três. Na adolescência fiz testes vocacionais que indicavam minha tendência e/ou facilidade para os números. Tudo mentira. Sequer sei as datas dos aniversários de muitas pessoas próximas. Não sei direito me organizar e nem me disciplinar para muitas tarefas, mesmo aquelas que me dão prazer.
Não sei latim e nem sei dizer direito que ainda não sei o suficiente sobre línguas como o inglês e o espanhol. Não sei análise sintática, coisa que me soa um pouco como tábua de logarítimos. Não sei dançar junto direito. Não sei muito bem a diferença entre epistemologia e etimologia. Já soube isso, mas sempre me esqueci. Então, desisti. Nem sempre sei a hora certa de me calar. Não sei se já li Ezra Pound e tampouco sei usar a crase com perfeição.
Não sei perder uma piada. Não sei se tenho sido preconceituoso ou intolerante, acima do aceitável, na relação com pessoas que mais desprovidas da inteligência, da cultura e do conhecimento. Não sei se estou sendo arrogante ao dizer isso na maior cara de pau. Não sei dormir só meia hora ou quinze minutos depois do almoço.
Não sei viver longe ou alheio às artes. Não sei gostar de novelas, de shopping centers, supermercados, vitrines... E... Não sei, mas acho que estou enchendo o saco com esta conversa toda. Não sei se é correto, mas acho que vou passar a bola agorinha mesmo...
Sou uma fingidora, de carteirinha. Gostar é a minha cara, gosto de um monte de coisas... Mas não sei o porquê faço cara que não gosto. Sou muito influenciável. Se uma pessoa que eu gosto, gosta de algo, é batata: não gosto (por ciúmes). Se uma pessoa que desgosto, gosta de algo, é batata: gosto (pra azucrinar)! Não me importo em jogar, eu gosto. Não gosto, nem tampouco desgosto desse meu comportamento ambíguo e inconsequente. Acredito que a gente tem que ser o que é.
Às vezes conheço uma pessoa e não gosto. Depois de um tempo, às vezes, não só gosto, como amo de paixão. Esse mesmo tratamento acontece pra lugares, comidas... Têm coisas, pessoas, lugares, comidas... que gosto e depois de um tempo, não gosto mais. E aí fazer o que?
Não gosto de patrulha ideológica. Não gosto de uniforme (mas tô gostando de cantar no coral). Não gosto de artista que não é gente, nem de gente que só quer ser artista. Não gosto de moderninhos, de udigrudis, nem de erudito que nunca saiu de mesa de bar. Não gosto que façam planos, compromissos sem me consultar. Não gosto de dormir tarde, nem de acordar cedo. Não gosto de comida quente, nem de banho frio. Não gosto que me aluguem a cabeça nem meu tempo. Não gosto de hierarquia. Não gosto que me ordenem... não é tirar meu leite, não... que me dêem ordens, mas gosto de organização.
Esse aí não é o Lorenzo ordenhando... |
Não gosto de sapatos e roupas apertadas, não gosto de roupa nova. Não gosto de gente dissimulada, de traíra, nem de quem é ou já foi desleal. Não gosto de gente preguiçosa, acomodada e de gente que não é propositiva. Não gosto de chegar a lugares estranhos, não gosto de cumprimentar gente importante, não gosto de solenidades, não gosto de me expor, aparecer... Não gosto de gente chata! Não gosto de políticos, de burros falantes. Na verdade, não gosto muito de gente! Gosto mais de bichos.
Amei Fatima ... me inspirou em tbm fazer uma lista do que não gosto... amo ler tudo que vcs fazem bjs querida aos dois
ResponderExcluirBom demais ....