“Sapatinhos Vermelhos”, é um filme produzido em 1948 que surpreende. Noites adentro em casa ficamos a procurar, zapear e garimpar bons programas e filmes... não é fácil, as possibilidades que nos oferecem são poucas e trabalhosas. Vez ou outra, nos deparamos com requintes da sétima arte. Tudo bem, existe o academicismo em torno disso, que quer estudar, elucidar, esclarecer ... para nós é o prazer de ler, ver, ouvir, apreciar... Ah, e se houver emoção, muito melhor.
Pouco importa ligamos a TV e nos deixamos levar, principalmente, pelos aspectos sensoriais que as artes nos provocam.
Quando se trata de literatura, a história é outra e nem entraremos nessa seara. Hoje a conversa é se deliciar pela força imagética que fixa nossas retinas e a sonoridade que nos hipnotiza. Nem precisaria dizer que o musical é o nosso gênero preferido em matéria de cinema.
Ela não sabia da maldição |
Putz! quem diria que um filme tão antigo, sobre o qual não tínhamos referências (ou talvez tivéssemos) mexeria tanto com nossos sentimentos.
As informações sobre a programação, que a sky oferece aos assinantes que pagam caro, são cretinas e nos convencem. Nos primeiros minutos de filme, inevitável a comparação com “Cisne Negro”, premiado e aclamado em recentes festivais mundiais. Com meia hora de filme, mais ou menos, estávamos totalmente envolvidos e disse: que “Cisne Negro” que nada... “Sapatinhos Vermelhos” é muito mais esplendoroso!
Não se trata de desmerecer “Cisne Negro”, trata-se de reconhecer a obra concebida e realizada pelos dos diretores Michel Powell e Emeric Pressburger. Uma parceria que se destacou na história do cinema e que precisaria ser massificada, vista e revista. Eles se uniram nos anos 30. Powell era diretor e Pressburger roteirista. Compartilharam os créditos nos quase vinte filmes que produziram, algo que não é muito comum. Já ouvi dizerem que os irmãos Ethan e Joel Cohen (“Fargo” e “Queime depois de ler”) se dão tão bem porque são que nem um cineasta de duas cabeças. Powell e Pressburger já eram isso, creio.
Michael Powell |
Conquistou dois Oscars e um Globo de Ouro. A força dos personagens merece citação, graças ao notável desempenho dos atores. Cometerei o pecado de não mencionar aqui ninguém do elenco. Vale mais realçar o final de extrema dramaticidade que o filme traz e o curioso fato de que Martin Scorsese (“A Ilha do Medo” e “O Aviador”) diz que este é o seu filme preferido.
Amor não combina com dinheiro? |
Amor não combina com arte? |
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