Deu Ferreira Gullar e Laurentino Gomes no Prêmio Jabuti/2011. A gente precisou se debruçar no computador pra entender melhor: normas mudadas (depois do quiprocó do ano passado); premiação também (só levam os 30.000 os melhores do ano na categoria ficção e não-ficção), e os outros primeiros lugares em todas as categorias levam 3.000. E tem mais mudança para o ano que vem. Para postulantes ao prêmio, cuja obra, não esteja perfeitamente de acordo com o que diz o regulamento (promete o curador do prêmio com tom ameaçador): vai ter punição. Estranho. E a gente ficou pensando se seria uma punição física (chibatadas, cascudos ou pau de arara), ou uma punição financeira mesmo, que tem vezes que dói muito mais. Dói no bolso. O bolso, conforme dizem por aí, costuma ser uma das partes mais sensíveis do corpo humano.
Mesmo depois desse relativo esforço na internet para entender mais o Jabuti, ainda ficamos com dúvidas. Deixa pra lá. São 29 categorias e, entre os concorrentes, o livro mato-grossense “Macp - animação cultural e inventário do acervo de Arte e de Cultura Popular da UFMT”, organizado por Aline Figueiredo e Humberto Espíndola, da Editora Entrelinhas. O livro concorreu na categoria Artes, mas não levou. Por falar na Entrelinhas, esta não é a primeira vez que ela recebe indicação para essa láurea. Sim, láurea. Optamos por essa palavra pra não repetir prêmio e, tampouco, usar galardão. Porque galardão é um termo, praticamente, com o prazo de validade vencido. A Entrelinhas chegou quase lá com o livro “Igreja Nossa Sra. do Rosário e Capela de São Benedito”, de Nauk Maria de Jesus e Leilla Borges de Lacerda. É legal ver os produtos culturais daqui se sobressaindo.
Aline e Humberto autografando "Macp" |
O primeiro a ser indicado da Entrelinhas |
Essa história de prêmio tem sempre a tal da pegada polêmica. Se não tiver, é porque faltou algo. “O júri é muito simpático, mas é incompetente”. Alguém disse, talvez, nos tempos em que a música brasileira era feita de festivais. Três obras desclassificadas neste Jabuti prometem recorrer.
“Em alguma parte alguma”, da Editora José Olympio Ltda, é o nome do livro de poesias de Gullar que faturou o prêmio de melhor Livro do Ano (categoria ficção). E “1822” (reportagem), de Laurentino, da Editora Nova Fronteira, ganhou o prêmio melhor Livro do Ano (categoria não-ficção). Cada um dos vencedores das outras categorias recebeu a merreca de 3 mil reais. Uma quantia com a qual pode se dar uma entrada para adquirir um carro popular de segunda mão. Ajuda sim. Só que foi menos que a quantia aprovada no MinC para subsidiar a tradução do livro “Leite Derramado” (cerca de 7 mil reais), de Chico Buarque, vencedor do Jabuti no ano passado, apesar da polêmica lascada que rolou.
Ficamos pensando: que pão dura essa ministra da Cultura, Ana de Hollanda. Destinar só isso pro seu irmão. Antigamente não era assim. Gente importante como ministro, senador, governador, deputado etc, sempre ajudava mais a parentaiada. O Brasil está mudando. Mesmo que a passo de cágado, ou de jabuti. Sei lá. E nós aqui, que nem bicho preguiça. Ah, se o mundo pudesse acabar em barranco... que maravilha!
Teve mais gente de Mato Grosso premiada em certames culturais por aí. Vibramos com a premiação do filme “Depois da queda”, de Bruno Bini, lá no Festival de Petrópolis. E também tivemos o prazer de cumprimentar o fotógrafo Sílvio Esgalha, radicado em Cuiabá, que recentemente foi um dos ganhadores do Prêmio Arne Sucksdorf de fotografia, concorrendo com profissionais de várias regiões brasileiras. O arquiteto José Afonso Botura Portocarrero, lançou o livro “Tecnologia Indígena em Mato Grosso: Habitação”, Editora Entrelinhas, e ficou em segundo lugar na edição deste ano do Prêmio Desing Museu da Casa Brasileira. Não somos bairristas, mas torcemos pra que os empreendedores culturais de nossa região se dêem bem. Ou seja: somos bairristas. Quer dizer, mais ou menos.
"Depois da queda" venceu |
Silvio, ganhou mas não com essa... |
E então, né, vamos ficando com isto para hoje. De última hora, nos lembramos que em nossa discreta biblioteca está alojado um outro vencedor do Jabuti deste ano: “Ribamar”, de José Castello. Foi obra vencedora na categoria romance. Já estive com esse livro nas mãos para ler algumas vezes, mas nunca encarei... Não sei bem por que. Talvez pelo seu nome que me remeta a algo ou alguém desagradável. Ribamar... quem será? Sei lá, é melhor esquecer.
Tá ótimo o txt como sempre, ou quase sempre, rsrss...
ResponderExcluirCompartilhei lá no Facebook, a propósito vcs ainda não aportaram por lá ou no Twitter, né!?
saudade!!!
Salve Claudio Candango! Facebook e twitter... o tyrannus ainda vai ter, ou não... quem sabe?
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