quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Tô de volta

Tô de volta... Esse "tô de volta" é tão agradável de ouvir. Não tem nada a ver com o velho e antigo sonho da possibilidade de voltar o tempo. Refere-se a voltar ou volver a um espaço, a uma afetividade, a uma questão... Nos últimos dias ouvimos esse "tô de volta" saboreando o efeito do som reverberando. Como é gostoso ouvir de alguém que foi embora, debandou, mudou, saiu, pegou rumo por estar feliz, ou desesperançoso, magoado, desencantado, ansioso, curioso... "n" motivos: voltar.

Como assim... "voltar"? E ficamos conversando ainda um tempinho até que algo mais pragmático roubou nossa atenção. Abrimos outra janela, mas o arquivo iniciado ficou "suspenso" e quando retomamos o assunto, não foi preciso voltar à estaca zero. Porque a memória é assim e a gente vive voltando. Talvez, por que o mundo, que é muito maior do que nós, dê voltas; ou simplesmente porque, volta e meia, é preciso mesmo voltar. Assuntos e lugares, por exemplo, são palavras que exigem uma extensão praticamente infinita. E geram situações recorrentes em nossas vidas. A vida é um ciclo com eventos cíclicos. Ou não.


O ano está terminando e o novo se inicia. O ritual é o mesmo do ano anterior, dos anteriores... Na casa de cicrano, na casa de fulano, lá é mais animado..., ou na casa de sei lá quem. Todo mundo quer se programar pra passar o ano numa ocasião especial. Taí mais uma situação que sempre volta. O nosso estado de espírito e a relativa ansiosidade que bate, quando o 31 de dezembro tá quase estourando. E teremos um ano novo com várias voltas, retornos...



Voltar é carta marcada no cancioneiro universal. E geralmente, pelo menos nas canções brasileiras, surge em versos que refletem algum entrevero amoroso que foi solucionado ou, pelo menos, teve sua solução anunciada. Desde bem pequenitos, sabemos que quem parte leva saudades de alguém que fica chorando de dor. Ah... ai que sardades daquele tempo bão, que não vorta mais.



Será que ele Voltaire?

Nossas cabeças de vento voltou. Aterrissar numa conversa semi-onírica, desentranhada da poesia que abarca a música brasileira e eis que surge uma colcha de retalhos onde versos de várias canções dão pinta de um diálogo. Um casal brasileiro morava nos Estados Unidos, esgota a relação após anos a fio de balada em balada. Vida dura essa. Eles brigam e ela decide voltar para o Brasil. Ele lá, ela cá... Na base das mensagens cifradas. Quem volta, quem não volta?

(Ela): Disseram que eu voltei americanizada.
(Ele): Mas se ela voltar, se ela voltar que coisa linda, que coisa louca...
(Ela): Vou pedir pra você voltar.
(Ele): Vou voltar, sei que ainda vou voltar...
(Ela): Volta, vem viver outra vez ao meu lado.
(Ele): Pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto, eu tô voltando...
(Ela): Você voltou, meu amor. Alegria que me deu.
(Ele):Eu voltei, agora é pra ficar...
(Ela):Voltou às quatro horas da manhã, mas só na quarta-feira.
(Ele):Voltei pra você...
(Ela):Ele voltou, o boêmio voltou novamente.
(Ele):Voltei pra rever os amigos que um dia...






Então, gente boa, tá aí quase prontinho. Agora é dar um final na historia... "ou levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima" ou sai, compra e volta com um "voltarem". Porque tão bonito quanto os que foram e voltaram é a volta dos que não foram...

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