sábado, 10 de dezembro de 2011

Sombras e lombras

É na escuridão que as sombras aparecem com maior nitidez. Que antagonismo. Elas precisam de luz para existir. Nas noites em que há queda de energia ou em algum lugar desse mundo onde não tem luz elétrica, as velas, lamparinas, lampiões  são pequenos focos de luz que descortinam para um verdadeiro teatro de sombras. De repente, elas meio que se desprendem dos corpos e objetos e faceiramente se projetam ocupando as paredes, teto, chão e tudo que possa ampará-las.


Uma fonte de luz, um anteparo, corpos sólidos e escuridão é o que basta. É engraçado e até contraditório, mas a sombra vive de luz. Estranha simbiose que resulta em pedaços e recortes da escuridão.



Quão nos intriga esse mundo paralelo em preto e branco? Como um espelho a refletir imagens. As sombras são silhuetas sem rostos e detalhes. São anônimas. Linhas e curvas que dão tamanho, volume e formas concebidas da relação direta com a fonte de luz. Uma outra dimensão.


Sombra é o nosso ego animalesco. A parte primitiva da natureza humana. Nela os desejos e os comportamentos imorais, violentos e inaceitáveis tem seu habitat, segundo Jung, o ex-pupilo de Freud. Mas o espectro sombrio também tem seu lado positivo, dizia, citando a criatividade, os insights e emoção profunda como inerentes desse lado humano, sem luz.

"A sombra de uma dúvida", Hitchcok
 
"As sombras de Goya" de Millos Forman

A lua tem um lado que nunca recebe luz, pois ela não gira em torno de seu eixo. “The dark side of the moon” é o nome de um dos discos do Pink Floyd. Sombra é assunto... Artistas e outros tipos de criadores gostam da sombra. As mulheres também. Costumam usá-la sobre as pálpebras...
Sombra e água fresca. Quem é que não quer essa mamata? Sem sombra de dúvida, acho que qualquer pessoa em sua mais sã consciência aprecia essa combinação. Talvez seja um pouco diferente nas regiões geladas do planeta, onde sol e água quente, tudo leva a crer, são mais bem vindas.
E quando as sombras ganham vida, as assombrações povoam nosso imaginário.

Peter Pan prendendo sua sombra fujona


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