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A mulher, segundo Botero |
À
medida que o tempo passa, as medidas aumentam. O corpo vai ganhando “carnes”
que se contornam em curvas voluptuosas entre saliências, fendas e reentrâncias.
Até parece com coisa de geologia e geomorfologia, com escala temporal e
espacial bem diferenciada. A causa dessa nova paisagem corporal é a gordura, que
vai se depositando, preenchendo, formando protuberâncias e profundezas entre as
dobras. Um novo shape que se molda.
O
terror feminino com a forma é praticamente diário, depois da ditadura imposta
pela estética Twigg, dos anos 60. Com a maioria dos homens parece ser diferente,
definitivamente não se importam e, para piorar, usam e abusam de justificativas
machistas para vangloriar dos seus volumes incorporados e mal distribuídos.
Caem em si quando recomendado, claro, após intervenção médica.
A
gordura é formada por três moléculas de ácidos graxos e uma de glicerol, dando
origem ao famoso e assombroso “triglicerídeo”. Ela não é de toda má e tem lá
sua importância no contexto da vida e da saúde humanas: é fonte de energia, isolante
térmico (não há muita necessidade aqui em Cuiabá) e auxilia na síntese e
funcionamento de algumas substâncias, entre elas, hormônios sexuais, dentro dos
padrões.
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A mulher, segundo Rubens |
A
nova, talvez nem tão nova, epidemia mundial é a obesidade. A causa? Adoção de
hábitos modernos. Cada vez menos andamos, trabalhamos e movimentamos
fisicamente. A "vida moderna" facilita nossa locomoção (em termos!) e o acesso a
alimentos. Tornou desnecessária belicosidade humana de lutar para conseguir a
comida, formar e manter a família e o grupo social e assim por diante. A maior
e incessante luta diária que enfrentamos é pela posse do controle remoto; quem
o tem, detém o poder. O pior de tudo é que essa epidemia não tem fronteiras e se
alastra nos núcleos mais pobres. Convenhamos, parece ser um paradoxo, não? Mas
não é excesso de alimentação, é exagero e ingresso a produtos alimentares da
pior qualidade. Caso de saúde pública e
de polícia!!!!!!
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Twigg, ontem (Sec. XX) |
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Adele, hoje (Sec. XXI) |
Voltemos
às volúpias. Tá na cara a felicidade nas pessoas mais fofinhas. Não é por possuir
mais que há menos sensualidade. Olhem os homens e mulheres de Botero. Elas
exalam erotismo. Compare com a secura das musas de Modigliani. Por falar em
comparar... rolou nas redes um face a face entre duas ícones da saúde e/ou do bem
viver? Nigella e Gillian MacKeith, ambas inglesas, 5.5. A morena é uma gourmet
meio que descontrolada. A loira, lida com reeducação e impõe uma vida disciplinada,
nos moldes em que viviam os cidadãos/soldados espartanos.
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A mulher, segundo Modigliani |
O
pastelão (pastelão... hummm!!!) da dupla conhecida por todos nós é a síntese da
conversa de hoje. A grande obra de Cervantes também nos remete a esses biotipos
opostos. Mas tudo indica que vai faltar gente magra, pra tantas pessoas
fofinhas que existem no mundo. Enquanto isso, o mundo também engorda em termos
de população. É hora de parar... Parar... parar do que? Parar de escrever,
claro. Tá na hora de fazer um lanchinho.
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Gillian McKeith X Nigella Lawson |
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Shiiii, só uma boquinha |
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