domingo, 7 de outubro de 2012

Festa de aniversário


Dia de eleição.  A obrigatoriedade do voto leva milhões de eleitores de todo Brasil às urnas. Cremos que não só o fato do voto ser obrigatório, mas também a esperança ou qualquer outro motivo, que seja.

Mas nossa cabeça ainda está nas lembranças do sábado a noite. Noite de festa. Aniversário do Luiz Arthur, o Tutu, que faz 20 anos. Vinte anos de ingenuidade e de sinceridades. Seu aniversário reuniu muitos convidados. Cerca de 40 colegas e amigos que frequentam a mesma escola e por isso são especiais, com seus familiares.


Enquanto registro flagrantes da festa penso em como escrever e sei que não será tarefa fácil. A dificuldade vem de como gerar um texto que seja emocional e verdadeiro, e que não dissimule o preconceito e a discriminação, aspectos que costumam aflorar quando se trata de discorrer sobre as diferenças humanas. 


Luiz Arthur, que vimos nascer e crescer, vem progredindo com sua experiência de vida diferenciada. Começa a praticar a alfabetização. Um batalhador e  conquistador de corações. Enfrenta suas crises, como qualquer pessoa, e demonstra vontade própria para evoluir e interagir socialmente. Em seu aniversário de vinte anos, tava que tava... Com a corda toda. Terminou a noite esgotado. Cansadíssimo. 

Como um anfitrião dono do pedaço, tratou de deixar todos a vontade. Seus colegas de escola, também se esbaldaram. Diferentes de nós, se empolgaram muito mais e curtiram cada minuto com alegria, embalada por um variado repertório musical. Dançaram e cantaram o tempo inteiro. E se deliciaram com salgadinhos, o jantar e o bolo. 



A festa era para eles e parece que sabiam. E Tutu, o grande maestro, esbanjando felicidade e sociabilidade. Muito hábil no trato, sem exageros e democrático. Seus interesses e as motivações de seu comportamento parecem ser um grande mistério. Não consigo entender o que passa em sua cabecita. Seu ritmo é outro, com sabedorias e valores para além da nossa imaginação. 


Percebo que ele amadurece sem a pressa que avassala a maior parte das pessoas. Tento ensinar-lhe coisas e mais coisas. E quando reparo, vou descobrindo que o convívio com ele é cheio das reciprocidades, pois também aprendo um bocado. Vida que segue...

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