sábado, 20 de outubro de 2012

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A direção é de Naomi Kawase 
Naomi. O nome... nada de Campbell ou Watts como sobrenome. Não é daquelas que fica na frente das câmeras, embora também o faça. Mas o show desta Naomi, a Kawase, japonesa talentosa, é por trás das câmeras. Precisava que um filme grandioso nos surgisse para que o cinema voltasse a ser assunto aqui no blog. E rolou. Um filme encantador, daqueles que independente do final da história, deixa a gente feliz.

Não sei dos outros filmes dessa japa, mas o que se vê neste é a sobriedade e a segurança absolutas de uma cineasta que tem faturado cobiçados prêmios pelo mundo afora. Em 1997, por exemplo, faturou a Camera D'Or (Cannes), com o seu "Suzaku", consagrando-se como a mais jovem diretora (ou diretor) a conquistar essa distinção, que premia cineastas estreantes. Ela tinha 28 anos.  Quer mais? Então tá. Lá em Cannes mesmo, 20 anos depois, ela faturou o Grand Prix, com "Floresta dos Lamentos" (2007). Foi esse filme que nos pegou de jeito na noite de sexta.


Shigeki Uda e Machiko Ono
Naomi Kawase usa (e não abusa) dos recursos cinematográficos para contar a história de um homem e uma mulher, de gerações separadas por décadas, mas ambos enfrentando o problema da perda de entes queridos. Um senhor, alojado em uma casa para idosos, é amparado e desenvolve bela relação afetiva com uma jovem, que acaba de chegar ao local para trabalhar. Ele perdeu a esposa há mais de trinta anos, enquanto ela perdeu um filho recentemente.




Personagens com tais características são um perigo. O risco de cair no lugar comum e montar uma história açucarada é grande. Mas, claro que Kawase tira de letra essa possibilidade e faz um filme soberbo, sem arroubos e rodeios, com muita simplicidade. Utiliza-se de uma narrativa praticamente documental, para construir sua ficção. A filosofia e a dignidade dos japoneses, esses sábios orientais, também se faz presente. Arigato!!! 



Pra nós, leigos, entender a maior crise financeira americana depois da famosa de 1929 é difícil. E às vezes chato. O documentário “Trabalho Interno” (2010), de Charles Ferguson, é crítico, envolvente, didático e tem o poder de causar indignação, raiva e mais outros sentimentos.  Por isso,  merecedor do Oscar da categoria.  Charles Ferguson é um cara que ficou milionário desenvolvendo softwares para empresas e aí partiu pra produção de documentários. Este é o segundo. O primeiro, “No End in Sight” (2007), sobre a guerra no Iraque, também foi indicado ao Oscar... e não levou.  

Que o coração e o cérebro financeiro dos USA era em Wall Street, que era comandado por zilionários inescrupulosos e jovens (yuppies), movidos a dólares, cocaína e prostituição... nenhuma novidade. O chocante é saber que economistas renomados, indicados ao Nobel, professores das mais renomadas universidades geraram relatórios que avalizaram executivos a conseguir o objeto do desejo junto ao Congresso Americano: a não regulamentação do setor financeiro.  



Por conta disso muita gente ganhou dinheiro a rodo. Apesar de presidentes como Ronald Reagan, George Bush, Bill Clinton, W. Bush e Barack Obama, terem sido alertados para os riscos, caso a política econômica continuasse a atuar de forma tão irresponsável. 


Cara de...
Enfim, a crise, que empobreceu os americanos, roubou-lhes a casa, causou desemprego em massa e comprometeu o futuro, poderia ter sido evitada! A narração deste documentário porreta é de Matt Damon.


Ao receber seu Oscar, Ferguson constrangeu a plateia
lembrando que ninguém foi preso e todos estão empregados

Um comentário:

  1. Eu nem vou brigar com vocês porque gosto muto de ambos, mas... ver a "Floresta dos Lamentos" na TV é até pior do que ir a Cuiabá e não experimentar a farofa com banana. Vejam a gravidade da situação!!!

    De todo modo, bom que conheceram uma das mais importantes e necessárias diretoras contemporâneas.

    Se tiverem paciência, leiam a crítica que fiz para o filme já há uns bons anos (http://www.cinequanon.art.br/gramado_detalhe.php?id=521&id_festival=80). No site temos mais críticas de vários filmes da moça.

    Abs e beijos!

    Cid Nader

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