sexta-feira, 23 de março de 2012

Cinemundo

Park Ji-a com muito e Chen Chang com pouco fôlego 
“Fôlego” (2007) e “O homem de seus sonhos” (2010), dois filmes que assistimos e nos conquistaram nesses dias. Um sul-coreano e o outro britânico. Escolas de cinema bem diferentes, mas a globalização não quer nem saber dessas coisas. O que importa, e disso devemos tirar proveito, é que o mundo virou uma grande aldeia e está tudo, ou quase tudo, acessível pra quem quiser.

Freida Pinto: Ele, Josh Brolin, não é o homem de seus...

Fazemos parte dessa comunidade planetária. Caímos na rede. Estamos plugados e fuçando algo pra curtir, de preferência, que seja uma obra convincente para compartilhar aqui. Mas, os gostos são diversos, e se alguma de nossas recomendações e dicas não lhe agradar e ficar puto pela perda de tempo, aceitamos a devolução. Ou seja: é só mandar um e-mail, será bem vindo e publicado. É legal frisar isso, porque há várias reclamações de que muita gente não consegue postar comentários aqui no Tyrannus.

“Fôlego” é um filme único, impressionante beleza plástica, por sua fotografia ultra elaborada. O cineasta Kim Ki-duk soube dar corpo à interessante história de um criminoso condenado à morte que recebe sucessivas visitas de uma artista, de bom padrão social que combate a tristeza (ou se vinga) da traição do marido montando cenários de liberdade e alegria para o condenado.

Distância gélida

Proximidade cálida
O filme narra com toda a paciência oriental o dia a dia de ambos. Ele, dentro da prisão, no convívio com seus colegas de cela, contando os dias para a execução. Ela, envolta com o marido e a filha, num ambiente frio, muito diferente do cenário e clima que ela cria para o preso. Os encontros entre os dois que acontecem sempre no início das estações do ano, inevitavelmente, desandam para uma relação amorosa e são os pontos especiais da narrativa.



Tudo é acompanhado por um guarda que fiscaliza as visitas e seu superior, que a tudo assiste num sistema de vídeo. Eles vão se tornando cada vez mais permissivos. E a história cresce e floresce dentro de uma bela narrativa. Personagens fortes e bem contextualizados ganham vida em ótimas interpretações do elenco. Um filme redondinho, que precisa ser assistido por todos aqueles que se interessam pelo bom cinema.

“Eu dirijo atrizes como Scarlet Johansson e Naomi Watts, mas quem as beija são os atores dos meus filmes”, disse o velho Woody Allen, cineasta que ainda se mostra muito talentoso. Bom, Woody tem aquela história de muita gente detestá-lo. Muita gente não. Achamos que ele é mais querido do que odiado. Seus filmes são todos parecidos, talvez por causa da inteligência que sobra no roteiro, na edição e na qualidade musical. Também exerce um domínio fascinante sobre os personagens que cria. Seria imperdoável não mencionar o estilo humorado que sempre permeia seus filmes.

Monstros

Uma coisa incrível – e demasiado humana – neste diretor, é que ele nunca exagera na glorificação dos personagens que concebe. Sejam protagonistas ou coadjuvantes, costumam ser pessoas que tem lá sua qualidades positivas e se sobressaem através delas, mas sempre apresentam também um lado canalha. Diríamos que Woody Allen é um profundo conhecedor do ser humano.


Ela (Naomi Watts) pensa que ele (Banderas) é...



Em “O homem de seus sonhos”, se não me falha a memória, o seu quarto filme europeu (andaram dizendo que nos EUA ninguém mais financiava seus filmes, mas, não sei se é verdade), ele dirige atores como Anthony Hopkins, Naomi Watts, Antonio Banderas e Josh Brolin, entre outros. A história é a de sempre. Problemas e brigas extrapolando em relações amorosas e afetivas.

E o filme vai se desenvolvendo e a dupla aqui do Tyrannus com aquela maldita mania de tentar adivinhar como e quando a coisa vai se encerrar. E não é que depois de tantos e tantos anos familiarizados com as coisas de Allen, o final nos pegou de surpresa?     

Kim Ki-duk, filósofo das imagens

Woody, filósofo das neuroses

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