domingo, 29 de abril de 2012

cebolacrimosa

Inesquecível "rainha do frango assado" de Alex Vallauri
Não acordei com ovo. Nada de texto na base de café com leite e nem água com açúcar. Piração na batatinha é conversa que ficou pra trás. Não buscamos o santo graal, mas, ser a última bolacha do pacote, por que não? Será? Da boca pra dentro e pra fora, as letras querem algo superior. A cerejinha do bolo, ou nos píncaros do sorvete. Um pouco de verdade com pitadas de humor, drama e poesia. Sem rimas. Nada de marmelada e não vale encher linguiça!

Opa... oba... O pão nosso de cada dia não é mais o que o diabo amassou. Para escrever todos os dias palavras precisam de combinação. Arroz com feijão serve. As pretensões literárias servem para o rei da cocada. Aquele que não sabe nada da paçoca. Banana pra ele, que não vale um pequi roído. Não sou eu quem vai ficar bananinha no bulixo da esquina.



No cardápio regional ia tudo bem... joão sujo fofava marisabel. Na rádia rufava “pixé”. Tempo vai, povo vem, mudaram de estação e veio “churrasco com chimarrão”. João sujo viu um tal de mané pelado, de cueca virada, rondando sua refogadinha. Olho gordo na marmita alheia. O doce deleite sobremesa desandou: cachorrada! Rebenta a coleira e vem. Prega a mão na cara dele.



Invasores do pedaço: mané pelado e churrasco com chimarrão
Pimenta no fiofó dos outros é refresco e joão sujo sabe dessas coisas. Não ficou nessa de chorar pelo leite derramado. Trato e prato feito na panela de barro. O barro vem depois, é a sequência natural. Vai dá merda. Vida osso duro de roer, que às vezes amarga que nem jiló. Marisabel é prato do dia a dia de joão. Sujô. Aonde foi que ele pisou no tomate?

Campeão de bozó: Mallarmé

João e o pé de feijão com arroz de festa. Marisabel de almoço e janta. Muito mais do que quebra galho... quebratorto. “A insipidez da visita, com alho posso depô-la/a elegia ao choro, hesita pouco se corto cebola” (Mallarmé). João de olho, de olhos... olhos tomatinho cereja por causa da cebolacrimosa. E de Marisabel. Marisabel cadela. Cachorro que enjeita linguiça... pau nele!




João tá puto e entalado. Cô ovo. Marisabel sonho amanhecido na vitrine da padaria. Mosca. Marisabel gostosa, temperadinha, boa que nem bicho de goiaba. É manga perpitola. Quero ver resistir. João pede passagem pra viajar na maionese. Não quer dar colher de chá e quer a faca não de mesa. Não sabe cozinhar o galo. Mostrar pro outro com quantos ovos se faz uma omelete. Omelete pede recheio... (olha a faca!)... mais um presunto. João limpa a boca engordurada no guardanapo. A história não terminou em pizza.                   

Marisa Benreson, versão internacional de "marisabel"


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