“Escreve aí, responde. Diz que o problema é porque nossos políticos são muito ruins e a culpa é deles”, diz o marido cuiabano pra esposa também papa-peixe, assim que ela lê a notícia na internet. “Internet é bom por causa disso. A gente pode participar e dar a opinião”, arremata.
“Hummm..., mas aí eles vão dizer que eu sou uma burralda, sô! Nós é que elegemos esses políticos. Num vou fazer isso não!”, diz. Os dois ficam pensando com cara de “e agora, o que é que vamos fazer?”.
Alguns minutos se passam e ele: “Já sei... já sei... escreve aí que nós não temos mesmo bons políticos aqui em Cuiabá ou em Mato Grosso e então não tem como a gente escolher. A culpa não é nossa. Não pode ser nossa”. Desistem depois de um tempo... “Ah, num escreve porra nenhuma não”. Eles ainda têm que ler o comentário de um campo-grandense: “Tchupa essa manga cuiabanos!”.
"mas geeeeeente, agora o que que é esse?" |
O diálogo acima é hipotético. Ficção, mas não ficção pura, já que tem um punhado de verdade. Ficção e realidade, aliás, estão cada vez mais emparentadas. Conheço um escritor que disse que tudo que escreve não é ficção, mas sim fricção. Diz o cara que pega a realidade e a esfrega, até dar caldo. Também acrescenta que a ficção, quando publicada, deixa de ser ficção e passa a ser realidade. Que estranho!!!
Deixando esse papo de ficção e verdade pra trás, a matéria do Rodrigo Vargas, que é um excelente jornalista, é muito bem vinda. É preciso que a comunicação cuiabana se interesse por esse tipo de pauta mesmo. E que seja ressuscitado o bairrismo, a eterna disputa e picuinha entre Campo Grande e Cuiabá.
Temos consciência que há cidades (e muitas) bem administradas no Brasil e, aqui mesmo em Mato Grosso. Pegou e dói dar esse gostinho pros campo-grandenses. Êta rivalidade pai d’égua, que vem lá dos “os tempos dos aphonsinhos”. Só que, pensando bem, pega muito mais é saber que vivemos numa cidade e num estado aonde a administração pública vem dando vexames pela sua famigerada incompetência. Ou será que haveria alguma outra explicação para esse chove não molha em relação às supostas obras da Copa.
Zé Boloflor, nos proteja dos maus prefeitos! |
E a postura de nós, cuiabanos de nascença, paus rodados e paus fincados. Como responder a uma provocação nesse sentido? Bom, cada um tem seu estilo. Baixar o nível é feio. É melhor levar na base do humor. E nem precisaríamos responder, por que, está claro que quem tem que responder são os homens públicos e as empresas (ir)responsáveis pela realização das tais obras.
A farofa de banana, a paçoca de pilão e o pirão que acompanha o pescado cuiabano são coisas boas feitas aqui neste pedaço. São feitas com uma farinha especial, produzida por aqui mesmo. Já esses políticos que não conseguem desenvolver as funções para as quais foram eleitos... esses são farinha de outro saco. Haja saco!
"Eu me orgulho de ser um cuiabano" (Vera e Zuleika) |
gostei muuuuito do artigo! Ficou bem cuiabano. Pena ser verdade o que ele trata a respeito de obras e politicos.
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