O cineasta Adolfo Aristarain poderia ser pai do... |
...jovem diretor Daniel Burman |
Não se trata de desmerecer o cinema brasileiro e nem querer compará-lo com o que a Argentina produz baseado do quesito “conquistar”. No nosso caso, de cada quatro filmes nacionais que tentamos assistir, no máximo, um conseguimos chegar até o final... Já em relação ao cinema argentino, sinceramente, todos, ultimamente, têm nos envolvido e nos deixados grudados na telinha.
Em “As lei de família” a história gira em torno de pai e filho, ambos advogados, mas somente o pai vive de advogar, o filho é professor e defensor público. O foco da câmara é centrado no filho e na relação familiar que mantém com sua bela esposa e seu filhinho, um garotinho de 3, talvez 4 anos, com um carisma incrível. O filme é um exercício para quem assiste, em nível daquela máxima que serve tão bem ao cinema, quanto à literatura: “a forma como a história é contada é mais importante do que a própria história”.
Elenco de "As leis..." |
De repente, numa determinada altura do filme, sua esposa viaja e o personagem assume uma relação mais estreita com seu filho, ao mesmo tempo que acontece uma reaproximação com pai. Esse talvez seja o grande clímax, mas estamos diante de um filme onde não há exageros, por que eles não são necessários. Daniel Burman, um grande e reconhecido realizador argentino, dirige “As leis de família”. Uma história comovente e contagiante, onde há muita ternura, como na vida real. Só é preciso saber como e quando essa ternura é oferecida para dela usufruir.
Em “Roma – um nome de mulher”, escritor argentino radicado na Espanha, acerta com sua editora que vai escrever uma autobiografia. Ele é um cara mal humorado e fechado, que aceita um jovem estudante de jornalismo, para ajudá-lo na tarefa. Mesmo sem querer estabelece-se uma relação, quase afetuosa. Mas a relação mais grandiosa que o filme narra não é essa...
O cineasta argentino Adolfo Aristarain se utiliza de uma fotografia muito intencional e com curioso trabalho de cores para contar sua história e brincar com os flashbacks. É incrível como consegue desenvolver as duas narrativas (presente e passado) tão bem contextualizadas e com personagens perfeitamente encaixados. Ao longo do drama, uma passagem ao largo pela história da Argentina, país que também teve seus anos de chumbo, mas nada de panfletarismo. O centro das atenções é mesmo a relação entre mãe e filho. Prato cheio para psicanalistas freudianos. Belíssimo filme!
Hum...humm |
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