Hélio Oiticica: Parongolé, meu irmão! |
E assim entramos no clima. O clima tropicália que pede balangandãs e parangolés, com bananinha na cabeça e abacaxi e outras frutas. Natureza morta? O quá! Outro papo... papo pro ar, papo bócio. Contar papo. Brasileiro gosta de megalomanias... De ser o país disso e daquilo. Ah, o país onde foi inventada a famosa sandália havaiana. Que coisa estranha... Essa invenção era pra ter surgido lá no Havaí.
Carta de Caminha |
O brasileiro, esse ser brasileiro... é especial. E é verdade quando falam da alegria, da hospitalidade e generosidade nossas. Dois dias cívicos, um no cu do outro. Como não falar do Brasil nesta dupladata? Vai Brasil, vai... Redescubra-se desafiador. Conteste a afirmação de que a Baía da Guanabara é feia, como uma boca banguela sem dentes. Era só inveja de Claude Levi-Strauss. Ser banguela, afinal, combina com país que tem um Tiradentes como mártir.
Brasil bairrista. No CPA, em Ipanema, no Morumbi. Na Lixeira. Temos nosso lixo, mas ninguém pode falar mal do país onde nascemos (peraí, essa lixeira não vem de lixo, refere-se á árvore símbolo do Cerrado: a Lixeira). Só nós mesmos. Nós mesmos que sabemos (ou precisávamos saber) que “o nacionalismo é a prova de que a humanidade não dá certo” (Gilberto Dimenstein). Um país jovem de pouco mais de cinco séculos. “Jovem, abra os olhos, o coração, abra as mãos e fuja daquele veneno que seus antecessores sugaram avidamente da história. E só então o mundo inteiro há de se tornar a pátria de todos vocês, e seu trabalho, seus esforços, se espalharão como bênçãos sobre a terra” (obrigado, Einstein!!!).
Uma piada velha diz que Deus criou um lugar com natureza exuberante, clima maravilhoso, onde não havia terremotos, maremotos e perguntaram qual será o problema desse lugar. E ele diz: os brasileiros.
“Somos uma nova Roma, uma Roma tardia e tropical”, ensinou Darcy Ribeiro. A capital italiana, aliás, foi fundada no ano 753 a.C. E no dia 21 de abril. Roma tem muito mais história pra contar do que o Brasil. Já nós, brasileiros, parece que temos que aprender a escrever melhor a nossa história. Somos bons, craques mesmo, nos esportes gastronomia miscigenação cores sons relações letras... criativos até não poder mais. Ah, e é preciso lembrar que também somos especialistas na preguiça e gostamos de deixar tudo pra última hora. Essa característica, ninguém tasca!
O brasileiro é um caso sério. Vive sonhando-se em grandiosidades. E é questionado pelo mundo afora (como é o caso da Copa do Mundo). A nossa índole é diferente. Não dá pra comparar o jeito de ser dos alemães com o jeito de ser e fazer dos brasileiros. Assim como não somos nem um pouco parecidos com os ingleses, americanos, africanos. O nosso jeito de ser é... vai levando, levando e na última hora sai. Improvável, mas sai. Poderia ser melhor? claro que sim!
Ops, e agora, nesta reta final, nos passa pela cabeça se somos mesmo tão ruins para escolher nossos governantes, ou se... se... sei lá. Agora bateu uma preguiça danada de pensar nisso. Então, à queima roupa: O Brasil foi uma descoberta do caralho!
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