“Exit through the Gift Shop” (2010) é um
documentário bacana que tasca pimenta nesse bate boca, que tem a direção atribuída
ao artista de gráfico britânico, Banksy. Dizemos atribuído ao cara porque, segundo
consta, ninguém sabe quem é o tal sujeito. Suas intervenções (arte) surgiram em
Londres e debandaram para Los Angeles, sempre em espaços urbanos, provocando a
ira dos responsáveis pela administração das cidades. Mas, dizer que Banksy é um
grafiteiro, sinceramente, é muito reducionista.
É curioso como o tal documentário, mesmo
sem uma confirmação absoluta sobre sua autoria, foi indicado ao Oscar de melhor
documentário em 2010. O filme foi candidato forte e o circo foi armado, já que
a organização do evento proibiu o artista de entrar disfarçado. E
Banksy, que nunca mostrou seu rosto em público, não foi. Será? Não ganhou a
estatueta. Ninguém garante que não teria ganhado o Oscar, caso se tornasse
identificável. Certamente, preferiu não se vender ao glamour, ao dinheiro e a
fama, retornos quase garantidos aos “oscarizados”.
Não levou o Oscar e foi parar nos Simpsons |
Intervenção entre Israel da Palestina |
Um imigrante francês viciado em captar imagens de artistas de rua, Thierry Guetta, radicado em Los Angeles, é o personagem central do filme. Banksy também aparece em trechos de entrevistas, mas em contraluz, com voz distorcida e vestindo um casaco com capuz. Dizem que não é ele. Vai saber. Mas, Thierry é um sujeito simplório que vai levando, vai levando, e torna-se o principal interlocutor da narrativa. De tanto filmar os artistas de rua, se entrosa com eles e alguns participam do documentário. De um videomaker independente, eis que ascende para a posição de artista notável, realizando uma exposição disputadíssima em Los Angeles.
Guetta, comemorando o prêmio no Spirit Awards |
Claro que a essa altura dos acontecimentos,
não é mais Thierry... Ele torna-se Mister Brainwash, um artista (ou picareta
que virou artista), cuja (re)produção alcança preços exorbitantes. Brainwash,
ou Thierry, como queiram, não está nem aí para o fato de que a sua criação não
prima pela originalidade. Faz e acontece. À sombra de Banksy, de Wharol, de
Basquiat? Meu Deus do céu... será que estamos com inveja do cara?
Isso é Banksy!!!!!! |
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