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O Coisa |
-Benzinho, vem cá. Vou
mostrar um negócio!
-É mesmo, cadê? Credo,
que coisa é essa?
-Ué, vai dizer que nunca
viu uma coisa desta?
- Ver, bem que já vi,
mas assim... coisada, não!
A amplidão dos sentidos da palavra coisa é tão grande, que pode-se dizer tranquilamente que é impossível pra qualquer um passar um dia inteiro sem se utilizar da “coisa”. Coisa palavra, pelo menos. E não é pra menos. Coisa, segundo o Dicionário Michaeles, tem 15 significados: 1) aquilo que existe ou pode existir; 2) aquilo em que se pensa; 3) acontecimento, caso, circunstância, condição, estado, fato, negócio; 4) fato, realidade; 5) conjunto do que existe; 6) assunto, matéria ou objeto de que se trata; 7) essência, substância, fundo; 8) negócios, relações; 9) ato, empreendimento; 10) negócio; 11) causa, motivo; 12) mistério; 13) ‘gramática’, termo por oposição a pessoa (ah, bom); 14) ‘direito’, tudo aquilo que, com existência corpórea ou concebível pela inteligência, pode ser utilizado pelo homem e constituir objeto de direito; 15) órgãos sexuais.
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"Coisa, coisa cristalina, mata meu desejo, mata minha sede" |
Já “negócio”, outra palavra que era pra estar com a corda toda aqui hoje. Perdeu de capote pra “coisa”. Olha, “negócio”, não é lá essas coisas. Pra começar, tem menos significados: 1) comércio, tráfico, transação comercial, 2) contrato, ajuste, 3) qualquer casa comercial, 4) empresa, 5) questão pendente, 6) coisa, objeto, 7) qualquer coisa cujo nome não ocorre no momento.
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"Não quero mais esse negócio de você longe de mim" |
Não
sabemos dizer se a coisa e o negócio são palavras homonímicas ou polissêmicas,
com exatidão. Aceitamos contribuições nesse negócio de coisa, ou vice versa.
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"Mexe qualquer coisa dentro doida" |
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"Coisas que a gente se esquece de dizer" |
Dizemos
tantas coisas numa simples conversa que passa a impressão que não sabemos absolutamente
nada do que estamos falando. Nem sempre é mentira. Geralmente sabemos a essência
e nada dos pormenores e detalhes da informação. E quando é verdade que nada
sabemos, dá pra engambelar a torcida fazendo-se de entendido. “É uma coisa”, os
dados foram lançados. É nossa opinião incontestável. E quando há controvérsias,
equalizamos a contenda, solenemente: “Uma coisa é uma coisa, outra coisa é
outra coisa”.
Quem
escreveu essa coisa, pode me dizer? – Claro, que não! É aí que tá a alma do nosso
negócio!
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