Filme dublado ou legendado? Preferimos com legendas. Não tem nada
a ver com nossos conhecimentos idiomáticos. Estamos longe de dominar a língua
inglesa, alemã, francesa, espanhola... Embora nos safemos em caso de apuro ou
de sobrevivência na selva. Aquele inglês. Nesse caso, uma tecla SAP... Vixi... danou-se!
Essa preferência tem se acentuado ao ponto de nem ser necessária
uma pesquisa. Os administradores dos cinemas simplesmente repararam nisso e
oferecem mais e mais projeções dubladas, para atender à demanda.
Meg Ryan em Harry e Sally: como dublar um orgasmo |
Jean Hagen dublada por Debbie Reynolds em "Cantando na Chuva" |
Será que é coisa de gente metida a intelectual? É engraçado que
na França e na Espanha, onde a população certamente é mais intelectualizada, os
filmes legendados são exceção. Eles preferem os dublados, porque valoriza a
língua pátria e também favorece o mercado da dublagem.
Houve um tempo em que nas dublagens brasileiras a voz de velhos
e de crianças parecia ser sempre as mesmas. E é do Brasil o dublador na ativa
mais velho do planeta, o famoso Orlando Drummond, mais conhecido como “Seo Peru”,
personagem da Escolinha do Professor Raimundo. “Está comigo porraqui”.
"Está comigo porraqui" |
Não dá pra negar que o cotidiano de um estúdio de dublagem é
algo muito curioso. Remete às antigas novelas de rádio. Os dubladores ficam ali
emparelhados mandando ver seus textos e diálogos, com suas vozes carregadas de
emoção, drama, humor... Verdadeiros artistas da voz.
Mas vozes como a de Don Vito Corleone, interpretado por Marlon Brando, em “O Poderoso Chefão”, são praticamente insubstituíveis. Dublar o grande artista que encarnou um personagem dessa magnitude é uma missão impossível além de ser uma afronta.
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