domingo, 10 de junho de 2012

Oh, céus!


Monte Olimpo, morada dos deuses 
Pode ter certeza, camarada. A maioria das pessoas prefere o céu. E quer ir pra lá quando partir deste mundo. É, mas ninguém chega ao céu de paraquedas. “O céu é superestimado. Não há nada lá”, diz um personagem do filme “Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas”, do diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul. Exigimos respeito para com o filme, vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2010, porém, muita gente há de preferir que haja céu. Pra que? Talvez pra encontrar com papai do céu.

O céu mandou alguém (Os Johns Wayne e Ford)

O céu pode esperar
E depois, costuma-se raciocinar que quem não vai pro céu, vai direto pro inferno. Ou passa antes uma temporada no purgatório, que não é nem lá nem cá.  “Céu pedrento... ou chuva ou vento.” Dizia tio Nuno, ou comandante Martins, que se aposentou como piloto de aviões de carreira e que deve estar lá no céu. Tinha intimidade com os ares e gostava de céu de brigadeiro. O que me desperta atenção para com esse espaço sideral, cor azul infinito, é também um dos seus sinônimos. Palavra linda: firmamento. É tão bela que tenho medo de escrevê-la e parecer pedante. Bobagem!


Nova Olímpia é um pequeno município de Mato Grosso. Nada a ver com o Olimpo, onde estão os deuses. Uma vez alguém disse que antigamente ser religioso era mais cômodo. Havia vários deuses e, em determinadas situações, eles apareciam e interagiam com os simples mortais. Hoje, temos um só deus e ele nunca aparece. Por que será?

“Sapo querendo entrar na festa, viola pesada pra voar”. Verso da música Boto, de Tom Jobim, outro que já está lá em cima, descobrindo trilhas e mais trilhas para musicar o lugar celestial. Essa letra faz menção a uma história antiga sobre uma Festa no Céu, para a qual, só seriam convidadas as criaturas aladas, mas o sapo entrou numas e foi na carona do urubu, escondido, ensapado, dentro da viola da ave de rapina. Que foi, foi, numa boa. Teve problemas na volta, mas aí é outro papo.

O céu de Sueli

O céu que nos protege

Reza a lenda que São Pedro é o porteiro do céu. Manoel Bandeira imaginou Irene preta e boa, sempre de bom humor, pedindo a São Pedro licença pra se adentrar e o santo da portaria diz que ela nem precisa pedir licença. É a poesia em seu estado coloquial superlativo, que nos deixa nas nuvens.
Da remota infância vem o jogo da amarelinha (não o livro do Cortázar). A gente sai pulando às vezes em uma perna só, noutras em duas e vai passando por etapas até chegar ao céu.


Ensinamento paterno que tem serventia e cabe agorinha mesmo, aqui: quer morar mais perto do céu, compre uma escada gigante. Ceu, sem acento, é Casa do Estudante Universitário. Em nossas bocas existem os palatos duro e mole. Sabe onde eles ficam? Ora... no céu da boca. O céu é o pé direito mais alto que existe no universo. Qualquer arranha céu e fichinha perto da dimensão o céu. O céu é o limite. Frase que soa que nem o horizonte vai até aonde a vista alcança. Estrelas cadentes e objetos não identificados se movimentam lá em cima.  Minha paixão há de brilhar na noite, no céu de uma cidade do interior.

Música de Céu

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