Monte Olimpo, morada dos deuses |
Pode ter certeza, camarada. A maioria das pessoas
prefere o céu. E quer ir pra lá quando partir deste mundo. É, mas ninguém chega
ao céu de paraquedas. “O céu é superestimado. Não há nada lá”, diz um
personagem do filme “Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas”, do
diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul. Exigimos respeito para com o
filme, vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2010, porém, muita gente há de
preferir que haja céu. Pra que? Talvez pra encontrar com papai do céu.
O céu mandou alguém (Os Johns Wayne e Ford) |
O céu pode esperar |
E depois, costuma-se raciocinar que quem não
vai pro céu, vai direto pro inferno. Ou passa antes uma temporada no purgatório,
que não é nem lá nem cá. “Céu
pedrento... ou chuva ou vento.” Dizia tio Nuno, ou comandante Martins, que se
aposentou como piloto de aviões de carreira e que deve estar lá no céu. Tinha intimidade
com os ares e gostava de céu de brigadeiro. O que me desperta atenção para com
esse espaço sideral, cor azul infinito, é também um dos seus sinônimos. Palavra
linda: firmamento. É tão bela que tenho medo de escrevê-la e parecer pedante. Bobagem!
Nova Olímpia é um pequeno município de Mato
Grosso. Nada a ver com o Olimpo, onde estão os deuses. Uma vez alguém disse que
antigamente ser religioso era mais cômodo. Havia vários deuses e, em
determinadas situações, eles apareciam e interagiam com os simples mortais.
Hoje, temos um só deus e ele nunca aparece. Por que será?
“Sapo querendo entrar na festa, viola
pesada pra voar”. Verso da música Boto, de Tom Jobim, outro que já está lá em
cima, descobrindo trilhas e mais trilhas para musicar o lugar celestial. Essa
letra faz menção a uma história antiga sobre uma Festa no Céu, para a qual, só
seriam convidadas as criaturas aladas, mas o sapo entrou numas e foi na carona
do urubu, escondido, ensapado, dentro da viola da ave de rapina. Que foi, foi,
numa boa. Teve problemas na volta, mas aí é outro papo.
O céu de Sueli |
O céu que nos protege |
Reza a lenda que São Pedro é o porteiro do
céu. Manoel Bandeira imaginou Irene preta e boa, sempre de bom humor, pedindo a
São Pedro licença pra se adentrar e o santo da portaria diz que ela nem precisa
pedir licença. É a poesia em seu estado coloquial superlativo, que nos deixa
nas nuvens.
Da remota infância vem o jogo da amarelinha (não o livro do Cortázar). A gente sai pulando às vezes em uma perna só, noutras em duas e vai passando por etapas até chegar ao céu.
Da remota infância vem o jogo da amarelinha (não o livro do Cortázar). A gente sai pulando às vezes em uma perna só, noutras em duas e vai passando por etapas até chegar ao céu.
Música de Céu |
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