Rio
(lotado)+20. Trânsito caótico. Nos hotéis chiques da orla marítima
um som de sirene com motociclistas saindo na frente é um aviso que mais uma
comitiva de gente importante se locomove em direção a algum auditório ou sala para
discutir sustentabilidade e buscar consensos. Se as conversas resultarem em um
documento exequível e sob medida, para salvaguardar nosso habitat, quem sabe, a
coisa frutifica e na próxima conferência desse quilate tenhamos mais motivos
pra comemorar juntos e irmanados. Uma
grande comemoração global.
A
gente flagrou um executivo brasileiro, numa dessas discussões, com uma postura
interessante. Apesar de integrar os quadros do Governo Federal, soube assumir a
falta de vontade política que pode ser registrada nos primeiros escalões das
nossas instituições públicas. Há acesso e transparência em relação às questões
sociais, econômicas e ambientais, o que quer dizer que os entraves para o tal
desenvolvimento sustentável, estariam equacionados. Mas, cadê a vontade
política de pegar o touro à unha e fazer o que tem que ser feito?
O
cara fez a sua tarefa direitinho. Mas, em seguida, outro, também governamental,
escorregou na maionese. Aproveitou a sala com plateia internacional, e constrangeu
os poucos brasileiros presentes, com um marketing governamental puxasaquista. O
Brasil é isso, o Brasil é aquilo... E quando deu por encerrada sua fala, houve
no ar um clima de “graças a deus”.
A
Rio+20 está por toda parte. Eventos paralelos, sobrepostos, remontados...
de tudo quanto é jeito. E não acontecem apenas em locais como Jacarepaguá, onde
estão se reunindo as comitivas governamentais e empresas; ou no Flamengo, onde
está a Cúpula dos Povos. A conferência rola. A convite de uma amiga, hoje diretora
da Conservation International, fomos ao histórico Solar da Imperatriz para um ciclo
de palestras sobre o Capital Natural. Para o encerramento a presença e a mensagem
do embaixador da ONU para a biodiversidade, o ator americano, Edward Norton, defensor
das causas ambientais.
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Portal do Solar da Imperatriz |
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Escutura de Sandra Guinle |
Norton,
porém, ficou preso no trânsito e se atrasou. Sua fala foi cancelada, mas tranquilo
ficou mais de uma hora conversando com várias pessoas e se deixando fotografar.
Claro que participamos desse “momento tietagem”. Como nossa experiência com a língua inglesa
ainda não chegou a desabrochar, não foi possível uma conversação com o ator,
infelizmente. Quem sabe na Rio+40.
O
blog passarinho foi conferir também o lançamento do projeto “Gira Brasil”, outra
iniciativa que se apoia na sustentabilidade. A proposta é instalar a partir
desta quarta 50 ecopontos no Rio de Janeiro. No formato de pequenas casas e
ilustrados por artistas como Daniel Azulay, Kobra e Thaís Ueda, entre outros; a
ação se caracteriza ainda como uma intervenção urbana, pretende ser uma
estratégia eficaz e didática para incrementar a coleta seletiva de resíduos. O
lançamento aconteceu na Oi Futuro de Ipanema, apoiadora cultural do projeto.
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Oi |
E
a Rio+20 vai que vai. Procurando, pesquisando, debatendo e mais um
montão de gerúndios, tudo pela sustentabilidade. Mas nesta terça-feira a mídia
brasileira noticiou algo que está bem longe de ser sustentável. Pelo menos cá
pra nós do Tyrannus. Nada de radicalismos contra beltranos, ou fulanos e
sicranos... mas, tenha santa paciência...
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Tchau |
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