Já parou pra pensar nos amores que rolam numa casa de tolerância? Já ouviu causos que remetem a esses duvidosos romances? Dizem que a intolerância é um dos piore males do mundo moderno, de onde concluo que uma casa de tolerância deve ser uma coisa salutar. Sim. Quer dizer, não. Sim e não, acho que fica melhor. Ou erro no sistema.
Expliquei pra uma jovem que gostaria de assistir “L’apolonide, os amores da casa de tolerância”, do francês Bertrand Bonello. A moça quis saber o que era casa de tolerância. Bordel... respondi na bucha e depois eu disse que achava estranho essa conversa de se referir às prostitutas como “mulheres de vida fácil”.
Expliquei pra uma jovem que gostaria de assistir “L’apolonide, os amores da casa de tolerância”, do francês Bertrand Bonello. A moça quis saber o que era casa de tolerância. Bordel... respondi na bucha e depois eu disse que achava estranho essa conversa de se referir às prostitutas como “mulheres de vida fácil”.
Bom, só sei que fui ver o tal filme. Não é que me arrependi, mas acho que me precipitei um pouco na escolha. Depois que já tinha inclusive comprado o ingresso, percebi que na sala ao lado tava rolando “Deus da Carnificina”. De Polansky, cineasta que conheço faz horas, diferente de Bonello, do qual sequer me lembrava da existência.
Nada contra diretores desconhecidos. Quer dizer, o filme de um cineasta que a gente já conhece e que costuma gostar da sua obra, é mais inteligente. Mas, é preciso buscar coisas novas. Entre elas, novos diretores. Fui persistente com “L’apolonide...”. Assisti até o finalzinho e cheguei a esperar os créditos subirem para ver os nomes das músicas da trilha. Adorei algumas delas, mas saí antes que surgissem.
A fotografia bonita, a boa música e uma pegada meio literária não salvam o filme. Claro que é uma questão de opinião, mas a história se arrasta do início ao fim, num ritmo morno, com raros momentos a mexer com o espectador. E a originalidade mandou lembranças, porque nada de novo, que choca, que provoca alguma reação realmente inesperada surge de fato, apesar de algumas cenas fortes.
E nem me considero mais à vontade para descer mais a lenha no filme aqui. Só vou dizer que não recomendo. E sobrou um ódio ferrenho contra aquele bonequinho do caderno de cultura de O Globo, que aplaudiu o filme em pé. Acho que a cadeira tava quebrada e ele tava matando mosquito. Olha, se pelo menos o filme chegasse no rastro do que assisti no domingo a noite na televisão mesmo, oh...!
"Julieta dos espíritos" é outra história |
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