O diretor casaq, Sergey Dvortsevoy, não precisou de muitos personagens
para produzir seu filme. Explorou a paisagem desolada da região, e camelos,
cavalos, cães e muitas... muitas ovelhas; para compor e movimentar seu ambiente
fílmico. O elenco, composto por uma única atriz profissional e todos os outros são
(eram) pessoas comuns, passou um tempo vivendo junto antes do começo das
filmagens.
Askhat Kuchinchirekoo, Samal Yeslyamova e Sergey Dvortsevoy |
O fato de não contar com atores profissionais em nada compromete a obra.
Todos os atores mostram-se muito a vontade na pele de nômades. As relações entre
os familiares onde Asa está agregado é muito curiosa e às vezes engraçada. As
crianças, seus sobrinhos, iluminam as cenas quando aparecem, e estão sempre
presentes: a menina canta o tempo todo, o filho mais velho ouve as noticias no
rádio e reporta detalhadamente à noite ao pai, e o pequeno, um garotinho de
poucos anos, se movimenta na aridez do quintal de sua morada sobre um cavalo
imaginário – algo tipo um cabo de vassoura.
Cada detalhe de Tulpan que, aliás, é o nome da possível noiva de Asa, soma
muito para o resultado final que deu num filme delicado e sensível, o que
contrasta bastante com o ambiente onde foi filmado. A sugestão está feita e,
por favor, aqueles que assistirem, fiquem espertos para ver se conseguem ver
Tulpan, não o filme, mas a moça por quem Asa se apaixonou. Quanto a nós, apaixonados,
pelo filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário