A mão coçando diante do teclado do computer... a fim de escrever uma palavra de forma errada, propositalmente, no título de matéria editada nesta quarta-feira, sobre atividades que exercitam a nossa massa cinzenta. A vontade era escrever "célebro", em vez de cérebro. Deslize que pinta de vez em quando em nossos cotidianos. Sofro dessas molecagens, apesar de não estar mais na idade dessas coisas.
Mas, só de pensar nos possíveis desdobramentos que um erro grafado e flagrante num título de reportagem poderia provocar, há um bocado de diversão. Imagino um juiz de direito, ou um catedrático de língua portuguesa limpando meticulosamente as lentes dos óculos ou alisando mansamente a barba. A vermelhidão lhe subindo a face e o comentário na ponta da língua... "esse mundo está perdido mesmo"; ou qualquer coisa assim.
Não o fiz. Talvez porque tenha me lembrado de um professor que me socorria nos tempos do ensino médio. "Refreai vossos ímpetos", costumava dizer o professor Omar Rodrigues de Almeida.
Pois é. Fiquemos com cérebro mesmo. A parte mais “cabeça” do nosso corpo. O que já lemos e o que já esquecemos sobre esse órgão, que se parece muito com uma noz, não é coisa deste mundo. Particularmente, lembro-me bem de quando fiquei sabendo que a inteligência humana está relacionada com o tamanho do nosso cérebro. Grande, se comparado, proporcionalmente, ao dos outros animais. Disso nunca mais me esqueci.
É importante ser cabeçudo, pra abrigar vasta massa cinzenta. O polvo, por exemplo, é um bicho cabeçudo e seu cérebro é grande, de fato. Não por acaso, é conhecido como o intelectual dos mares. Olha, o polvo, além de todos aqueles tentáculos com ventosas ou coisa assim, ainda tem como estratégia de fuga o jato de tinta negra (dizem que é matéria prima do nanquim) que turva as águas pra ele dar nos pés. Inteligente. Teve um, na Alemanha, que adivinhava resultados dos jogos da Copa do Mundo. A Espanha interessou pelo seu passe, sem sucesso. Logo depois Paul faleceu... rolou um papo de que a Fifa teria providenciado seu assassinato, mas não é bom comentar isso agora. Chega de levar pé na bunda.
Hipotálamo. Tenho uma fixação por essa palavra, acho que desde a primeira vez que ouvi. E quem disse que consegui gravar o seu significado? E o resultado é que apesar de adorar “hipotálamo”, não posso sair usando a bel prazer, porque é um saco ficar, entra dia, sai dia, consultando o significado de uma mesma palavra. Acho que vou participar desse babado de ginástica cerebral, porque quem sabe lá eles me ensinam a decorar o que significa hipotálamo.
Ah... e por falar em hipotálamo, confesso que tenho dúvidas em relação a epistemologia e etimologia. Mas, quando leio, faço de conta que sei e mando a leitura pra frente. Quando me perguntam pelo significado, aí sim, é barra. Uso de toda a criatividade para encobrir a minha ignorância.
Mas hás de convir que para alguém que cita um polvo "falecendo", e não simplesmente, "morrendo" ("foi pro saco", nem pensar), "epistemologia" e "etimologia" deveria ser tão simples quanto decorar o trajeto até a padaria... Rs (esse "rs" é vício facebookiano)
ResponderExcluirCid Nader