Sexta-feira. Final de semana batendo na nossa porta. Mais um! Dia agitado, com rotina dilacerada bem cedo. É a hora da chegada da diarista a cumprir sua frequência semanal. Os ruídos na cozinha, o aspirador de pó e parte dos cômodos da casa interditados temporariamente, para serem faxinados, incomodam muita gente e muito bicho. Mas é assim que tem que ser para funcionar. E fim de conversa! Restauramos o dia através das palavras.
A tarde se adentra tranquila e os bichanos que compartilham nosso espaço se espreguiçam como a procurar a pose mais lânguida. "A Minha alegria", filme ucraniano. Quem sabe dá pra improvisar uma sessão vespertina. "Procura aí alguma informação sobre o filme. Ah, você vai gostar. Já assistiu a uns quinze minutos, né?! Pois só faltam duas horas e mais quinze minutos pra terminar". Do computador onde estou focado escuto só um barulho que vem do controle remoto: zzaapp. E a tarde vai passando em flashback. Tá assim. Primeiro o filme, totalmente baseado em fatos reais, depois o roteiro.
A minha alegria |
Com o fim de semana se escancarando, é válido inverter um pouco a ordem natural das coisas.
"Olha esse filme aí... Torrentes de Paixão. Lembra? Tem uma música que usa essas palavras num verso." A música e o filme são antigos. Marilyn Monroe no elenco interpretando com maestria o papel que parece sua própria vida: uma estonteante mulher, apaixonada pelo cara errado. Como é que ela conseguia manter esse loiríssimo naquela época: muita química braba! E eu que nem sabia que ela não era blondie. Me lembro da Denise Stoklos dizendo sobre sua cor de cabelo preferida: descolorido. Um filme com a Marilyn, mesmo que não seja grande coisa ou esteja fora de contexto na hora, há de merecer nossas eternas reticências...
Torrentes de paixão |
O homem que não vendeu sua alma |
Kiki Smith (Foto: James Ewing) |
Obra original de Elías García Martínez, a deteriorada e após a intervenção de Cecília Gimenez |
Sucesso de público... |
... e crítica! |
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