sábado, 2 de julho de 2011



Basta o Jornal Nacional anunciar que a frente fria, que saiu lá das bandas dos Andes, chegará até o Centro Oeste brasileiro, prá nós, que vivemos em Cuiabá, começarmos a sentir os efeitos da baixa temperatura. Uns gostam, outros odeiam. Ficamos com o meio termo.

Pra curtir o frio tem que se ter conforto: roupas e calçados adequados, cama aconchegante, cobertores eficientes, chuveiros ou banheiras bacanas, vinhos finos, chocolate, leite quente, caldos...


Pra quem não tem esses confortos, é barra. Quer ver: pra aplacar a tremedeira vamos sobrepondo uma roupa sobre outra, achando que o volume vai nos aquecer. O resultado é drástico: qualquer semelhança com o boneco da Michelin não é mera coincidência. Pois é. Os cobertores são curtos e cheiram a mofo, vem o banho de balde e caneca vem substituir o chuveiro porque é um fio de água aqui e outro que vai em direção da parede. Cerveja no frio, só as importadas. Ou seriam as encorpadas. Então vou de Itaipava mesmo.
Sobra aquela meinha, que pode ser feinha, mas aquece meus pezinhos frios. E aquecendo meus pezinhos frios, fico tal qual um marmitex: quentinha.



Uma verdade precisa ser dita, agora em Cuiabá faz frio!!!! Lembro-me que antes o frio era rápido e com menor intensidade, suportável. Há quem discorde. É possível. Hoje ainda é difícil passar de cinco dias, mas, a intensidade é bem maior. Ou será consequência da idade?  Outra verdade: os sulistas que vivem aqui sentem tanto ou mais frio que os cuiabanos; outra verdade: é mais fácil se acostumar com o calor do que com frio; outra verdade: as crianças sentem menos frio que os idosos; outra verdade...  

Ao despertar neste sábado, a primeira coisa que constatei foi o frio que chegou. Poucos dias atrás ele veio, ficou 48 horas e foi-se. Voltou. Bom pra usar meia. Ou meias.  No plural dá “pano pra manga”, o que significa que o texto pode ficar mais perpitola.  Meia é uma palavra boa pra trocadilhos e explorações semânticas diversas. 


Meias verdades estão por aí. Na comunicação formal e informal. Meias verdades, que nem aquela explicação do ex-presidente Fernando Henrique, sobre a maconha. “Eu fumei, mas não traguei”. Tá bom. E agora ele está todo todo, nessa história de um novo tratamento aos usuários da maconha. Mas FHC me faz lembrar de outra. Aquela da meia, que é de verdade mas nada tem a ver com meias verdades. Era a meia rasgada que ele usou quando era o grande chefe malacuiauê do Brasil. Deu o que falar na mídia.

Meia foda. Era assim que, nos meus tempos de ginásio e científico, chamávamos os baixinhos. Adolescente é assim :inconveniente e tá nem aí pra preconceito. E suas meias são podres de chulé. Mas, podre mesmo, segundo a avaliação deste blogueiro que é metido a entender de tudo, inclusive de moda e estilo; é usar sapato, meia e bermuda. Parece que não tem como se vestir pior, mas tem. Experimente sair de sandálias e meias. Vai arrasar quarteirões.


Ouvi dizer que os jovens não aceitam mais estes ditames caretas da moda, o bacana é usar meias que estejam descombinando com o restante do vestuário. E nem se deve mais dizer combinando, ornando... Jovem é outro papo.



Então, vamos ficando assim. Um pouco de frio e o fato do frio ter mais serventia para as meias. Se fossemos religiosos, agradeceríamos aqui a Deus, por nos ter dado frios e meias para que pudéssemos dizer meias bobagens.  




Nunca entrou na moda, mas também nunca saiu


Um comentário:

  1. para um poeta de meias
    palavras bastam.

    (Tiranus, larga mão de ser melancólico, hasuahsuahsuahshua - é fria!)

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