Sábado é dia de acordar tarde. E preparar um rango mais caprichado. Estávamos cumprindo a regra e surge uma daquelas notícias universais que dominam a mídia. Perplexos, vamos acompanhando o noticiário em torno da partida da cantora/personagem que idolatrávamos. Amy Jade Winehouse se mandou. Os noticiários da TV ficaram repetitivos nas imagens e sons. Volto pra cozinha e o gás acaba. É isso, primeiro a Amy depois o gás (tem um significado aí a ser decifrado). Enquanto esperamos o gás, colocamos pra reanimar e reabilitar do baque o primeiro show que gravamos: Amy Winehouse – Live at Sheperd’s Bush (2007), que, óbvio, assistimos dezenas de vezes antes e promete voltar sempre.
A iniciação com a Amy foi através do Nelson Mota, que é um cara antenado, sensível, um bom gosto incrível pra música. Ele indica e não titubeamos, vamos atrás. O CD rolou muito, se fosse na época do vinil podia dizer que tava quase furando. Foi muito Rehab, Back to Black, You know I’m no Good, na veia.
Temos um gosto parecido. Apreciamos artistas e músicas semelhantes e compartilhamos inúmeros filmes e livros. Mas a Amy era mais do que isso. Éramos, éramos uma ova, somos ‘fanzaços’ dessa londrina de voz inconfundível, doidona, estilosa, de origem judia e negra, que abalou o mundo com seu talento e seu jeito despojado de ser.
Além de intérprete destemida, compunha. Suas letras autobiográficas são engraçadas e dramáticas, autênticas e originais. Ela parecia debochar dos próprios desatinos que a vida lhe impunha. Gostava de beber, de fumar e de muchas otras cositas mas. Dizem que essa postura, comumente classificada como autodestrutiva, foi o que a levou para a outra dimensão. Não duvido. Curiosamente morreu aos 27 anos, a mesma idade com a qual zarparam Jim Morrison, Jimy Hendrix, Kurt Cobain, Brian Jones e Janis Joplin.
Imagino Amy entrando no céu... Dá licença, São Pedro? |
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