segunda-feira, 4 de julho de 2011

Laricas lumbricóides


Larica. No meu tempo significava fome avassaladora advinda após intensas acrobacias aéreas, realizadas pela esquadrilha da fumaça. Dizem as más línguas que um parasita denominado cientificamente de Laricas lumbricóides infestou jovens de todos os continentes. E assim a larica passou a fazer parte da nossa vida, do nosso cotidiano. Se antes o termo era usado pelos “rapeizes”, atualmente é bem aceito pelas nossas e suas mamãs e papás, quando percebem com sobressalto o assalto na geladeira ou nas panelas esquecidas sobre o fogão.

Aí, mais recentemente, entrou em nossas vidas “Larica Total”. Um programa de televisão que chegou pra esclarecer de uma vez por todas os complexos significados e contextos dessa forte expressão... larica. Para escrever este post tive que me aprofundar nas pesquisas, conforme convém ao cientificismo e cheguei a consultar o meu velho dicionário Aurélio, só que não achei lá a palavra ‘larica’. Acho que não fizeram a cabeça do Aurélio Buarque de Holanda.
Mas o programa saiu do ar. Parece que vai voltar. Transmitido pelo Canal Brasil até 2009, se não me falha a memória (porque a larica às vezes vem acompanhada com apagões ou apaguinhos memoriais), o programa era bastante original e transmitido pelo Canal Brasil. Trazia o ator/apresentador – o ótimo Paulo Tiefenthaler – às voltas com a verdadeira culinária de guerrilha, assim denominada, com a proposta de ajudar os ataques de sonâmbulos, morcegos-vermelhos, baladeiros que precisam mandar algo pra dentro.



Ao assistir o “Larica Total” tinha-se a impressão que era tudo a mais pura realidade (“Porque você sabe que, na verdade, nada é verdadeiro”, segundo o Paulo).  As condições de asseio e a experiência com o ambiente de uma cozinha estavam longe do que o programa mostrava. Não é correto dizer que todas as receitas davam errado, mas é apropriado registrar que nada dava certo. E tudo filmado com originalidade, tendo o personagem Paulo Oliveira (Tiefenthaler) como centro das atenções e um ou outro(s) convidado(s) em alguns programas.
Sempre reparei no estranho liquidificador do programa. Um design diferente, assim meio torto, achava que era torto porque combina com larica. Recentemente soube que no terceiro episódio do programa, o gourmet excêntrico colocou algo tão quente no copo do ‘liquida’, que o plástico amoleceu e ficou daquele jeito. Para produzir receitas como moqueca de ovo, yakisobra e sushi de feijão, ele se desdobrava. O programa era gravado na cozinha de sua própria casa, em Santa Teresa, no Rio de Janeiro.

 



Em 2009, conversando com André Sadi, diretor de programação do Canal Brasil, ele me garantiu que o programa vai voltar, só que lá se vão quase dois anos e nada até agora. Sadi esteve aqui em Cuiabá, participando do Festival de Cinema e Vídeo e divulgando “Lóki”, um documentário sobre Os Mutantes, filme que produziu e dirigiu com a galera do CB. Outro dia, conversando com meu amigo e maestro Carlos Taubaté, ele disse que era primo do Sadi e então, como sei que o Taubaté acessa este blog, publicamente, peço-lhe que pressione seu primo para que o programa volte. Isso mesmo, o Tyrannus faz aqui uma reivindicação: queremos que larica volte... (aproveita e fala pro Nezinho passar aqui em casa, sacou???!!!).


Ô Sadi cadê o Larica?

Pois é, enquanto o programa não volta, quem não conhece pode entrar no site http://www.laricatotal.com.br/ e ver algo mais sobre o programa. O Paulo Tiefenthaler está numa das propagandas do Posto Ipiranga, aquela em que a mulher, mesmo sem estar grávida, vive acordando o parceiro no meio da noite pra comprar isso ou aquilo, lá no Posto Ipiranga.


 
"Quem não erra, não queima" (Paulo Tiefenthaler)

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