Éolo, senhor dos ventos, com Vênus |
É um mês porreta aqui prá nós da região central do país. É quando a escassez de chuvas começa a interferir diretamente sobre o meio ambiente e no bem estar e saúde da população. O ar com baixíssima umidade e o aumento considerável de partículas em suspensão (poeira e picumãs se escancaram) leva muita gente aos hospitais, principalmente crianças e idosos. É nessa época que as queimadas urbanas e rurais se intensificam. Em Mato Grosso esse problema se avoluma. Por aqui, em junho, foram registrados 787 focos de calor, segundo INPE. E neste mês piora. O estado segue firme com o título de campeão brasileiro de queimadas.
O vento de agosto é danado. Redemoinhos de poeira aqui e acolá são comuns, ainda mais quando a gente pega uma estrada onde a vegetação foi retirada. O vento de agosto é perigoso, ele é um baita dispersor de poeira e as viroses chegam com força. É preciso também ter cuidados com as pipas (papagaios, pandorgas e cafifas), tanto nas fiações elétricas, sem falar no cerol, nem pensar!!!. Parece besteira, mas não é. E tem marmanjo que vai nessa e até vende essa porcaria para a criançada. Pipa tem lugar certo pra se soltar. Soltar pipa pode ter outro significado... Cafifento!!!
Festival de Pipas na UFMT |
A mudança drástica de temperatura é algo corriqueiro neste mês. Frentes frias entram do dia pra noite: dormimos nos 40 graus e acordamos com 17. Ninguém aguenta. Apesar desses destemperos de agosto, não é correto afirmar que nem tudo são flores neste mês. O cerrado torna-se garboso e colorido nestes tempos com seus ipês, cambarás, aricás etc... Um verdadeiro festival de cores.
Aricá, by Ruth Albernaz |
Agosto é o mês que tem o seu nome inspirado num imperador romano que mandava e desmandava, quando Roma viveu seu apogeu: Cézar Augusto (63 a.C – 14 d.C.). E do imperador romano para os mosquitos. Eles se adentram em nossas casas com força total, e dizem que essa invasão está associada com as queimadas. Queimada é mesmo ruim, hein?!
Outra agonia deste período é o desperdício da água tratada. Francamente... lavar calçadas e ruas com o precioso líquido... “Pelo amor dos meus filhinhos”, conforme diria o locutor esportivo Sílvio Luiz. Tem tanta gente que não tem água tratada nem para beber!!! É um pecado esse hábito, que não sabemos se é ou não proibido, mas bem que poderia ser. Concordamos que é insuportável a secura, mas de nada adianta gastar litros de água lavando uma calçada, se daqui a pouco a secura e a poeira vão bater novamente. Claro, numa cidade onde se pode fritar um ovo no asfalto, você queria o quê?
Outro vacilo é juntar as folhas das árvores que caem em larga escala nestes tempos e botar fogo nela. Como piora a situação essa prática. Aqui no Tyrannus, nossa ex-secretária varria aquilo que chamamos de jardim (que não é suspenso e nem da Babilônia) pra tirar as folhas caídas. Orientamos a moça para que ela deixasse as folhas. Elas, as folhas, seguram a umidade no solo, impedindo que ele fique exposto diretamente ao sol e, como matéria orgânica, ainda contribuem bastante para o enriquecimento do solo. Olha só... aqui em casa a gente até acha bonito essa folharada seca no chão.
As folhas do jardim da nossa casa... |
Portanto, é isso aí. E vamos tomar fôlego pra aguentar o estio que costuma ser duradouro nesta hora. Reza a tradição cuiabana que mais tarde, talvez setembro ou quem sabe em outubro ou mais tardar novembro, vem a chuva do caju. Mas agora é agosto. Presta atenção!!!
Esperando a chuva do caju |
"Vô tomá guaraná, tchupá cadju..." (Vera e Zuleiquinha) |
E na história desse país temos:o suicídio de Getulio Vargas e a fatídica renúncia do Janio Quadros.Fatos de mau gosto.
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