Ano: 1946, no primeiro dia do mês de julho. Uma experiência bélica para diagnosticar os efeitos de uma explosão nuclear sobre uma frota naval. O local escolhido foi o arquipélago das Ilhas Marshal, mais precisamente no Atol de Bikini. Seus 167 habitantes foram ludibriados a mudar pelos americanos do afrodisíaco local para um outro atol, menor, com recursos de água e alimentos escassos.
Quatro dias depois, nesse mesmo ano e mês, a notícia é outra, bem diferente. O francês Louis Reard, numa piscina em Paris, exibe a sua mais recente criação, o biquíni. Peça ousada, para a época, do vestuário feminino. Usado para deixar cair... nas águas. Banho de mar, de sol, na piscina, rio, lagoa... E até na caixa d'água, sobre a laje.
A bomba que explodiu no Pacífico inspirou o estilista a denominar esse conjunto formado por dois minúsculos pedacinhos de tecido que cobrem exatamente os quadris e seios (ou partes) das mulheres. O efeito da adoração do biquíni pelas mulheres abalou muito mais as bases da sociedade do que o forçado êxodo dos nativos de Bikini.
Bikinianos (à esquerda) deixando o atol em 1946 |
O criador |
A criatura: Micheline Bernardini explode com seu biquini |
"Era um biquíni de bolinha amarelinho que mal cabia na palma da mão..." Noutros tempos, uma indecência. Uma indecência que também teve o prazo de validade vencido. O fio dental, chamado perniciosamente de "cordão cheiroso", desbancou todo o suposto antipudismo do biquíni.
Ava Gardner |
Marilyn Monroe |
Homens preferem mulheres com duas peças em trajes de banho, embora um maiô, quando cai bem no corpo feminino, arrasa em termos de sensualidade. O problema, talvez, é que fica faltando o umbiguinho. Não que o umbigo seja a parte do corpo mais importante da mulher. É que ele é um detalhe original e único. E fica por ali, numa região próxima do aparelho recreativo feminino, como diriam os mais machistas ou indecorosos.
E foi assim que começou a decadência de uma antiga máxima, que cabia à pessoas que estavam totalmente boiando em torno de um assunto: você está mais por fora do que umbigo de vedete. Porque mostrar o umbigo a partir de então não era mais privilégio exclusivos das deusas... liberou geral!
Helô Pinheiro foi projetada na música brasileira como a "Garota de Ipanema" |
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