sexta-feira, 20 de julho de 2012

Uivando na estrada


Daqui a pouco sai de cartaz o filme "Na Estrada" e a turma deste blog não foi assistir. História que vem se repetindo e que por causa disso já nos chamaram a atenção publicamente. Aqui mesmo, pelo Cid Nader, expertise em cinema, figurinha marcada em todos os festivais de cinema do Brasil, crítico do site Cinequanon. Puxão de orelha do Cid? Dele aceitamos. E tem razão o cara. Mas nós também temos. Todo mundo está cheio de razões, oras bolas.




Li um pouco sobre "Na Estrada" e não me pareceu nada de tão especial assim. Em 27 sites diferentes, onde os filmes são avaliados com estrelinhas (0 a 5 estrelinhas), o filme de Walter Salles ficou com 2,9 de pontuação. Razoável. Quando li "On the road", de Jack Kerouac, livro emblemático do qual o filme é adaptado, já estava beirando os quarenta e poucos, portanto, um tanto quanto vencido. Eu é que estava vencido pra ler o livro, e não a obra propriamente dita. Achei divertido, mas nada tão monstruoso e sagrado.








Dos escritos que andei lendo a respeito de "Na Estrada", o que me chamou a atenção e que gostei foi algo mais ou menos assim. O crítico, claro que me esqueci qual, associa a cabeça dos jovens americanos que ficavam naquela putaria de atravessar o país de costa a costa, leste a oeste e vice-versa, em busca de não se sabe o que; com a direção de Salles, que também parece não saber o que quer.


Achei interessante essa associação, embora precise comentá-la. Não acredito e nem valorizo esse papo de mensagem que dizem por aí já faz teeemmmmpo, que filmes devem ter. Na verdade, ao ler essa colocação, até me senti tentado a assistir ao filme. E se o diretor foi fiel ao livro, imagino que os personagens são interessantes, apesar de lunáticos, drogados, imaturos etc. Jovem metido a escritor é assim mesmo. Talento e minhocas e ideias e aspirações perseguem essas cabecitas. Olha, eu mesmo já fui um pouco assim, mas, por favor, não espalhem.






Agora, tem um agravante nessa história de irmos ou não irmos assistir "Na Estrada". Um agravante mais para o sentido de não irmos. É que, por coincidência, acabei de assistir "Uivo", pela televisão, filme que é baseado no célebre poema homônimo de Allen Ginsberg. Gostei, gostei mesmo. Mas me resumo a apenas esse "gostei mesmo", em termos de comentário sobre a obra.

Digo só mais um pouquinho. O poema de Ginsberg me soa muito mais forte e interessante do que “On the road”. Mas, poesia é poesia, prosa é prosa, cinema é cinema e literatura... Bem, literatura é arte mãe.








Ginsberg era da turma de Kerouac... Expoentes da chamada Geração Beatnik, que estourou nos EUA a partir de meados dos anos 50. Então, tudo isso quer dizer que, pelo menos por estes dias, já tomei a minha dose de geração beat. É muito provável que, aqui em casa, aguardemos "Na Estrada" chegar até nos.






Pra terminar, é impossível que nenhum leitor nosso não tenha assistido o filme de Walter Salles. Entonces... Aceita-se pitacos. Inté mais!!!

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