Botero |
"Jovem com habilidades nas novas tecnologias e muita vontade de aprender solicita orientação para se tornar seletivo e investir em seu enriquecimento cultural". Um anúncio hipotético. Bem que poderia ser verdadeiro. Não o é, mas, é uma constatação. Misture ficção com realidade e quem sabe a gente chega lá, nessa propaganda digna de um classificado que poderia ser rotineiro numa sociedade evoluída.
Faça de conta e imite a realidade que te
cerca. Desenvolva essa ideia em palavras, criando seus personagens. Invente do
jeito que quiser e, depois de pronto o texto, coloque lá embaixo aquele
esclarecimento de que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Todo mundo vai acreditar, embora, conforme o grau de intimidade, alguns vão rir
da sua cara de pau. Você também pode fazer como boa parte dos escritores que
repelem o caráter autobiográfico de seus escritos. Até parece que é fácil fazer isso.
Berthe Morisot |
Susan Dorothea |
Bom, primeiro, sobre benefícios que a
literatura traz, o que vem à cabeça de imediato é uma sucessão de
questionamentos e crises existenciais que a boa literatura costuma trazer.
Isso, pelo menos, segundo o Marcelo Mirisola, escritor talentoso e talvez
demasiado contemporâneo. Depois dessa consequência, que pode ser considerada
assim meio "desastrosa", o que vem é lucro. Quem lê bastante e é
seletivo, desenvove a criticidade, a imaginação, a capacidade interpretativa, o
vocabulário... etc. E às vezes se mete a virar ou querer virar escritor também.
Nesses casos, está tudo perdido. Perdido, que fique claro no melhor sentido.
Mas, voltemos à mestra que apresentou a
questão, que tememos estar distorcendo um pouco aqui. A grosso modo, o que
combina com ser grosseiro, parece ter ficado nas entrelinhas que os tais
mediadores, espécimes ausentes no mercado da educação, seriam pessoas
(profissionais) que tivessem um bom conhecimento de literatura e bem
despachados em termos das tecnologias digitais.
Anita Malfatti |
Ficamos aqui pensando nos salários e nas
condições de trabalho que são oferecidas aos professores, acreditamos que em
quase todo o Brasil. Ora, um profissional que sabe combinar boa literatura com
ferramentas digitais, certamente, se comunica bem e não é tolo. Com esses predicados,
por mais idealista que seja, vai encontrar um emprego que oferecerá melhores
condições do que ser professor do ensino médio.
Van Gogh |
Depois de colocar na berlinda os raciocínios
expostos pela professora, chegou a hora de fechar o texto. Mas, antes, também
dar a cara a tapas. Não há nada de ficção no que escrevemos. E a exposição do
tema, reconheçamos, se deu de forma simplória. Isso combina com um traço de
humor que gostamos de imprimir nas palavras do Tyrannus. O que a gente mais
quer é vibrar com novas linguagens que ajudem a propagar a herança cultural
vastíssima!
Salvador Perez Bassols |
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