Lá fomos nós, nessa secura que anda castigando a atmosfera cuiabana. Tem 79 dias que São Pedro não manda uma gotinha, uma aguinha aqui pra nós do cerrado. Judiação... e sem as águas celestiais, dá-lhe queimadas. Estão pra todo lado, com aquela fumaceira empesteando o ar. Refugiar-se nas águas do maravilhoso Coxipó, um rio testemunha da história deste pedaço, faz bem demais. Até a alma agradece.
As famílias constituídas mais recentemente são pequenas. Dois ou três filhos, no máximo, é a conta mais comum. Mas as famílias mais antigas, como as de nossos pais, são aquela montoeira de irmãos e quando a parentaiada se reúne tem muito o que falar, com muita gente e todos aos mesmo tempo!
Na rodovia que vai pra Chapada do Guimarães, quilômetro 30 mais ou menos, nosso destino. Na morraria que fica ao fundo do rio, sinais de fumaça. É o fogo que desce os morros em direção ao rio. As sábias plantas do cerrado resistem aos incêndios, e depois florescem de acordo com seu ciclo persistente. Nem todos os seres do cerrado são tão resistentes. As plantas se guardam nas profundezas do solo. A fauna exposta ao fogo fica bastante combalida e muitos animais morrem. O sinimbu, um lagarto muito comum, que é a cara do iguana, é um dos bichos que vimos padecer nesse fogaréu. Flagramos ele tentando fugir das chamas, improvisamos uma brigada anti-incêndio apagando o rastro de fogo que se aproximavam do rio.
Nas águas cristalinas e frias do Coxipó um mundaréu de gente, que nem nós, procurou um refresco. Numa curva de rio mais abaixo, até um vendedor de algodão doce apareceu (coisa mais estranha, pareciam frutos coloridos de paineira presos num galho). Um caiaque desce rio abaixo... depois mais um... e outro... Todo mundo aproveitando o rio Coxipó pra amenizar a quentura e o mormaço, cada um no seu estilo. E a gente fez o possível.
Aniversariantes de setembro |
É... a gente faz de tudo: vale até dança pra chamar chuva! |
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