sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Um dia pra lá de especial



Ipê (Foto: M. Friedlander - Pouso alegre Lodge)
 21 de setembro é o “dia da árvore”, data comemorativa aqui no Brasil. E nós aqui comemoramos os dois anos do Tyrannus Melancholicus. Alegrias e possibilidades são coisas que este espaço virtual vem nos ofertando. A opção pelo nome (difícil de escrever e memorizar) partiu da estranheza, sonoridade, da bela imagem que essas duas palavras de origem latina são capazes de traduzir e encenar. Para aqueles que não sabem, este é o nome científico de um passarinho muito comum, popularmente conhecido como suiriri. Tyrannus Melancholicus nos presenteou com belos voos e viagens, algumas reais outras imaginárias. "Já faz tanto tempo, mas parece que foi ontem". Beijos e agradecimentos aos nossos amigos/seguidores/leitores... 


Isaac Newton: Por que a maçã sempre cai
perpendicularmente ao solo?  

Os frutos do conhecimento

FestBrasilia

Voltemos ao trampo. A quinta-feira foi emocionante. Um princípio de incêndio no Kubistchek Plaza Hotel, onde a tribo tá hospedada. Bombeiros, sirenes, escada magirus, correria, e ordem para evacuar o prédio, embora apenas um quarto no terceiro andar tenha “pegado fogo”, parcialmente. 

O pretenso incêndio virou motivo de gozação, mas emoções fortes vieram à noite, com dois longas: "Otto" (documentário/MG) e "Boa sorte, meu amor" (ficção/PE). Os dois filmes que me fizeram balançar.  Entre os curtas exibidos: "A mão que afaga" (ficção/SP), prendeu a minha atenção. Não entendi (ou não aceitei) os seguidos risos da plateia, enquanto assistia a história de uma mãe, que trabalha com telemarketing, vê frustrar o aniversário de seu filho. Era pra chorar, não pra rir. Riso de nervosismo, quem sabe?! "A guerra dos gibis" (documentário/SP) e "O gigante" ((Ficção/SC) são diferentes entre si, mas ambos trabalham total ou parcialmente com animação.  


A mão que afaga

Guerra dos gibis

O gigante

Quando me disseram que "Otto" de Cao Guimarães, era um documentário sobre sua esposa grávida e seu filho... confesso que torci o nariz. Mas me redimi... Por que não???? Como castigo fiquei embasbacado com a poesia deste longa de 70 minutos. Imagens e músicas encantadoras montadas com um carinho quase sobrenatural. "É um filme de amor", disse Cao, no palco, antes do filme e ao lado da esposa. E não mentiu. 


Cao e "Otto"
O caminhão de metáforas imagéticas e os esparsos versos em momentos milimetricamente estudados são como que recortes biográficos do cineasta, acho que em estado de graça, com o foco na esposa e no filho chegante. Acompanhar um festival de cinema, têm vezes, parece uma aula de matemática. Sob determinado ponto de vista, "Otto", é o filme mais bonito que assisti até agora. E também o mais chato. 

Mas, depois deste doc. potente, a dose de emoção ainda viria em seu formato “over”. "Boa sorte, meu amor", de Daniel Aragão. O cineasta se utiliza de um gênero que combina romance e drama - na sinopse tá anti-romance, para contar sua história e o faz com perfeição, em preto e branco. Este é seu primeiro longa e que venham muitos outros, de preferência, com essa qualidade e a “boa mão” que ele soube mostrar neste filme que dá o recado sob todos os aspectos. O diretor pernambucano tem participações em festivais internacionais e estreia com muito vigor como longa-metragista. 


Daniel Aragão e Severien

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