sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Tolero lero lero!

Tomates podres aos intolerantes!

Não tolero lero lero! Nem isso. Sou tolerante às vezes a refrigerante, adoçante, xarope expectorante e outras coisas desinteressantes. Desde que eu não tenha um rompante. Nós, cidadãos deste mundo modernoso e tenebrosamente violento estamos nos tornando uma horda estapafúrdia de seres intolerantes. A intolerância é apontada, nos últimos anos, como um dos piores males deste comecinho de século/milênio.

E pensar que já sobrevivemos a prostíbulos, cabarés, puteiros, zonas, lupanares... Antigamente esses locais suspeitos eram também chamados de casa de tolerância. Estaria o mundo precisando rever seu conceito de casa de tolerância? Será que homens e mulheres haveriam de estar necessitados de um local apropriado para exercer de forma saudável a permissividade em seu estado superlativo?


Os amores da casa de tolerância


No Bataclã nunca faltou tolerância
(Sonia Braga e Eloisa Mafalda)
Para aqueles que acreditam que vivemos em função de ciclos, não seria improvável acreditar que estamos retornando a um antigo ciclo, semelhante ao século XVI, quando a intolerância era considerada uma virtude, e a tolerância um vício. Tolerar tinha tudo a ver com sofrer e suportar de forma paciente um mal necessário. Já a intolerância estava associada com integridade moral. Os “tolerantes”, comumente, eram acusados de indiferença religiosa ou subversão. Tempos difíceis aqueles. 


Galileu Galilei
Pulemos essa parte obscura da história e vamos direto para o século XVII, quando o notável pensador, John Locke, deu contribuições importantes para reverter essa barbárie. É atribuído a Locke a autoria do primeiro texto sistemático sobre a tolerância. Ele sentenciou o catolicismo em relação a intolerância: "os católicos não deviam ser objetos de tolerância, por serem intolerantes". 


John era muito locke



Nunca mais Voltaire a falar no assunto

Voltaire, que viveu no século XVIII, discorreu sobre a vilania da intolerância.  Ao defender a tolerância, talvez um dos seus mais expressivos legados, também criticou de forma contundente a religião cristã que, segundo ele, deveria ensinar e propagar o perdão e a tolerância, mas a trajetória dessa (e de outras religiões) é cheia de exemplos negativos nesse sentido. E Voltaire, claro, foi vítima da intolerância.

E vamos ao século XX. Se você for intolerante aos textos cronológicos, por favor, desculpe-nos e deixe passar este. Intolerância. Palavra de significado perigoso. Que nominou um filme americano de 1916, dirigido por D. W. Griffith, e que é apontado ainda hoje como uma das grandes obras da história do cinema. Está entre os cinquenta melhores títulos americanos de todos os tempos, e obteve 96% de aprovação no rígido site Rotten Tomattoes.


Intolerância, o filme


Inocência dos muçulmanos: estopim da intolerância
Olhe pra mim, preste atenção e não minta. Não vale dizer que és a pessoa mais tolerante que existe no mundo. Pra viver em paz consigo mesmo e com o resto do mundo, sabe, esse restinho que está ao seu redor, não precisa cantar Raul, mas vale se lembrar da letra de uma das suas canções. “É melhor ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Fácil, né?! Fácil, uma ova, e custa sim tentar. Pague pra ver!!!


Teste sua (in)tolerância com eles!



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