Nem
minhoca, nem piolho nada de seres macroscópicos perambulando nesse planeta
seborréico. Tamo numas de mula sem cabeça desembestada soltando fogo pelas
ventas!
Mas...
mas, falando em cabeça, fuzilou algo. Assim como uma faísca, na memória enevoada.
Dois trabalhos musicais que curtimos à beça: “Dança das Cabeças” (Egberto
Gismonti e Naná Vasconcelos) e “Cabeça Dinossauro” (Titãs). E mais duas músicas
que fizeram a cabeça da nossa geração: “Bicho de Sete Cabeças” (Geraldo Azevedo)
e “Janelas Abertas nº 2” (Chico Buarque).
“Dança
das Cabeças” é de 1976, fruto da parceria de Egberto e Naná Vasconcelos que
estão entre os melhores instrumentistas brasileiros. O disco, quase todo
instrumental, viaja para contar a história de dois rapazes vagando por uma
floresta densa, úmida e cheia de insetos. Mantendo 180 passos de distância entre
eles. O trabalho catapultou ambos ao estrelato internacional.
Ter
ouvido o LP era garantia absoluta que você era um cara cabeça. Imagina possuir!
Cabeça era pouco: cult. Status quo
garantido! Nessa época tínhamos fissura ou neurose pela palavra cabeça. Era
gente cabeça, papo cabeça, filme cabeça e uma fazeção de cabeça... sem fim!
Dez
anos depois os Titãs aparecem com o álbum “Cabeça Dinossauro”, que abalou as
estruturas, num momento muito propício. Mudanças políticas e sociais pipocavam no
Brasil e no mundo. Nosso palpite é que esse foi o melhor trabalho dos Titãs. O grito
primordial sem amarras!
E
sete anos foram necessários para Itamar Assumpção lançar de pancada Bicho de Sete
Cabeças I, II e III. A voz, o suingue e a genialidade do pretobras mais pretobras
do Brasil. Cabeça tá mesmo com tudo na música brasileira.
Este
post cabeça foi maturado numa pergunta trivial que rolou, quando assuntávamos o
assunto domingueiro. “Tem algo pra gente escrever hoje? Tem alguma coisa na
cabeça?”. “Nem minhocas...”. A resposta na lata deu nesse papo cabeça.
salve ulisses, bem vindo ao tyrannus, obrigado. vamos invadir a sua área blogueira e seguiremos suas pistas...
ResponderExcluirabraços
tyrannus